Loqr continua a crescer e prepara entrada em novos mercados

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Depois de Portugal e Hong Kong, a portuguesa Loqr está a apostar em novas geografias. “Durante os próximos meses vamos começar o roll out deployment da nossa solução no mercado espanhol”, adiantou Ricardo Costa, CEO da LOQR, à Security Magazine durante a Web Summit.

Como salientou, a empresa está à trabalhar em Portugal e Hong Kong (China), onde tem clientes efectivos e em produção. Além de Espanha, Ricardo Costa avançou ainda que a Loqr está a “fazer scouting com os primeiros clientes no mercado francês no sector financeiro”.

Convidados pelo investidor EDP Ventures para integrar o grupo de startups a exibir na Web Summit, Ricardo Costa explica que o objectivo da participação no evento prende-se essencialmente com a obtenção de feedback. “Viemos com o intuito de recolher feedback sobre o que estamos a fazer na área da digitalização de processos, nomeadamente ao nível da abertura de conta bancária ou do processo de angariação de um novo cliente numa empresa de electricidade, ou seja, tudo o que implique a desmaterialização da ida a um balcão para empresas que actuam em áreas reguladas”.

No fundo, a Loqr assegura-se de garantir que as empresas, nomeadamente as que necessitam de cumprir uma série de regulamentações legais, estão, de facto, a “falar” com uma pessoa física e identificar, de forma inequívoca, “quem é a pessoa ou onde mora”, por exemplo. “Fazemos identidades digitais e gerimos todo o ciclo de vida de uma identidade digital para um cliente – desde a sua criação, passando pela sua renovação (se necessário) e terminação”.

Ricardo Costa, Founder e CEO

Numa área tão sensível, onde entra a segurança? “A segurança é muito importante”, refere. Como aponta, “uma das coisas que fazemos é criar um ID electrónico de uma pessoa física. Neste sentido, temos de verificar que a pessoa existe, que está viva e que, de facto, é aquela a sua vontade para que, desta forma, possamos atribuir-lhe um ID electrónico relacionado com essa identidade física, e que esse ID é usado em todos os seus relacionamentos  com a entidade nossa cliente”.

Como aponta Ricardo Costa, “a segurança é crítica para termos a certeza que estamos a identificar a pessoa certa, que a sua identidade não é roubada, usurpada ou utilizada por uma terceira pessoa e que não estamos a identificar uma pessoa física fraudulenta. Tem tudo a ver com cibersegurança”.

O responsável salientou que “não existe segurança a 100%”. No entanto, garante que “no mundo digital a Loqr tem o mesmo ou maior nível de segurança do que no mundo físico”.  Como acrescenta, “fazemos uma série de validações no mundo digital que não fazemos no mundo físico, como por exemplo, a validação do somatório dos números do cartão de cidadão”. Neste sentido, “conseguimos ter o mesmo nível de certeza do mundo físico e, muitas vezes, superior”.



A empresa trabalha essencialmente em dois grandes verticais – a banca e serviços financeiros e a área das utilities, especialmente as eléctricas. Falamos, por exemplo, no primeiro caso, de aberturas de conta e, no segundo, de novas contratações de serviço que requerem uma assinatura de um contrato.

A empresa olha também para a área da saúde. Sem adiantar ainda o nome do novo mercado geográfico, Ricardo Costa explica que a empresa já está a trabalhar, fora de Portugal, na área da saúde. Nesta área falamos de temas como a identificação inequívoca de médicos, a certificação de que são médicos e o seu relacionamento com pacientes e consulta de dados dos mesmos.

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Além destas áreas, o CEO da empresa destaca como áreas  interessantes o das cryptocurrencies, as quais “à medida que se tornam reguladas irão necessitar deste tipo de validações”, bem como as da economia partilhada ou do gaming, por exemplo.

Já a área do retalho, Ricardo Costa acredita que, por não ser uma área regulada, “não vê tanto valor acrescentado no que fazemos, ou seja, a nossa solução tem aplicabilidade mas talvez o retalho não veja o valor que aportamos, uma vez que não tem de cumprir com certas regulamentações onde o nosso valor e compliance são mais percetíveis”.

A empresa está sediada em Braga, tem um centro de desenvolvimento em Felgueiras e uma área de desenvolvimento de negócio em Lisboa. Depois de três anos intensos, Ricardo Costa vê “um futuro desafiante”. “Temos conseguido alcançar degraus importantes para a solidificação da nossa posição através de clientes e parcerias”, diz. Porém, refere, “temos muitos desafios que queremos cumprir de forma tão lenta e tão rápida quanto possível, ou seja, não demasiado rápido para podemos certificar-nos que cumprimos bem e criamos bons pilares que serão a sustentabilidade da empresa no futuro, mas rápido o suficiente para não ficarmos para trás e continuarmos a liderar a área em que queremos ser os melhores”.