Kaspersky NEXT debate em Lisboa as principais inseguranças no futuro da robótica

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A influência social que os robôs têm nas pessoas e as inseguranças que estes podem trazer consigo não devem ser desvalorizadas.

Uma investigação realizada pela Kaspersky, em parceria com a Universidade de Ghent, concluiu que os robôs podem extrair informação sensível das pessoas que depositam a sua confiança neles, persuadindo-as a realizar ações pouco seguras. Este foi um dos temas abordados no primeiro dia do Kaspersky NEXT, um dos maiores eventos mundiais de tecnologia e cibersegurança, este ano a realizar-se em Lisboa, que reúne alguns dos maiores especialistas para debater as últimas descobertas nas áreas de Inteligência Artificial, Robótica Social, Malware, Engenharia Social e Segurança Operacional.

O mundo está em constante mudança e a caminhar em direcção a uma crescente digitalização e mobilização de serviços, com diversas indústrias e famílias a depender fortemente da automatização e da utilização de sistemas robóticos. Estima-se, inclusive, que a utilização destes sistemas será uma tendência que as famílias mais ricas irão adoptar em 2040. Actualmente, a maior parte dos sistemas robóticos ainda estão numa fase de investigação académica e pensa-se que é demasiado cedo para discutir sobre como incorporar medidas de cibersegurança. No entanto, a investigação realizada pela Kaspersky e pela Universidade de Ghent descobriu uma nova dimensão de risco, igualmente inesperada, associada à robótica: o impacto social que ela tem no comportamento das pessoas e os potenciais vectores de perigo e ataque que acarretam consigo.

A propósito dos resultados da sua experiência, Dmitry Galov, Investigador de Segurança da Kaspersky, comentou: “No início da investigação, examinámos o software que é utilizado para o desenvolvimento de sistemas robóticos. Curiosamente, descobrimos que os designers excluem conscientemente os mecanismos de segurança e que, em vez disso, se concentram no desenvolvimento do conforto e da sua eficiência. No entanto, tal como os resultados da nossa experiência nos permitiram concluir, os fabricantes de robôs não devem descartar a segurança quando a fase de investigação estiver concluída. A juntar às considerações técnicas, existem alguns aspectos importantes que merecem a nossa preocupação, no que diz respeito à segurança da robótica. Em conjunto com os colegas da Universidade de Ghent, esperamos que este projecto, e a sua inclusão no campo da cibersegurança robótica, possa encorajar mais pessoas a seguir o nosso exemplo e que permita, também, criar maior sensibilização junto do público para este tema.”