Conversa animada no primeiro Security Meetup

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Boa disposição, partilha e networking foram as palavras de ordem do primeiro Security Meetup – Conversas sobre segurança, que decorreu na passada semana no hotel Corinthia, em Lisboa, numa organização da Security Magazine.

Com foco nas pessoas, Marcos Alexandre, José Meneses e Marisa Raposo partilharam o que de melhor se faz nas suas organizações, como gerem os seus ambientes dinâmicos e garantem que os mais rigorosos padrões de segurança são cumpridos.

No arranque, João Vieira, director de Recursos Humanos do Corinthia, deu o pontapé de saída nesta conversa, ou não fossem as pessoas a sua maior preocupação. “Fico muito satisfeito por o foco desta conversa ser as pessoas, até porque, embora tragam desafios, nada existe sem elas”, disse.

Centrado no sector hoteleiro, Marcos Alexandre, security manager do hotel Corinthia, confessou-se um amante da profissão. “Amo o que faço”, disse, “tenho a felicidade de acordar e não saber o que vai acontecer no meu dia”. Com uma equipa de 500 pessoas, Marcos Alexandre diz que procura ser o seu farol-guia. “Socorro-me de todos os colaboradores e faço-os sentirem-se parte do meu «exercito»”, apontou. Uma estratégia que tem dado frutos. “Hoje 90% dos alertas de observação de comportamentos desviantes ou suspeitos são dados pelo staff do hotel, o que mostra que, paulatinamente, está a ser criada uma cultura de segurança”, numa estrutura de 518 quartos.

Com a direcção de segurança da Makro Portugal, José Meneses salientou que “os espaços na distribuição são dinâmicos, quer pelos clientes que nos visitam, quer pelas campanhas e promoções que realizamos (…) estamos sempre a alterar as coisas e isso é desafiante”. E, embora os clientes sejam quase sempre os mesmos, visto serem profissionais, “temos uma panóplia de desafios devido à própria complexidade do negócio e aos riscos que lhe estão inerentes”. Além disso, existem os próprios picos de actividade, que geram um maior fluxo de pessoas nesses momentos. “Considero que lidar com o pessoas é o grande desafio das empresas, de uma forma geral, há muitos anos”, disse.

No sector da saúde, Marisa Raposo, directora ajunta da direcção de logística e suporte operacional do grupo Luz Saúde, tem a seu cargo, entre outras coisas, a segurança. “Somos o maior grupo privado de saúde em Portugal, com 30 unidades de saúde em Portugal – 14 privadas, 13 clínicas e um hospital público-privado – tal realidade coloca-nos enormes desafios, sendo a segurança super dinâmica”. O grupo está a abrir a nova torre do Hospital da Luz Lisboa, o maior hospital privado da Península Ibérica, com 400 camas. Com hospitais em Vila Real, Évora ou Funchal, por exemplo, o perfil de cliente é muito diferente, “o que é um desafio gigante”, referiu. No entanto, a estratégia tem passado pela uniformização de procedimentos em todas as unidades, respeitando a sua identidade própria. “«Segurança» somos todos e o segredo são as pessoas”, sublinhou. Marisa Raposo salientou a importância do bom-senso na vigilância de um hospital pois, disse, “lidamos com a vida das pessoas e com emoções”.

E o segredo?

“Conseguir ter todos os colaboradores, a nível nacional, envolvidos na política de segurança da empresa não é fácil, tendo em conta as características do nosso negócio, isto porque temos em cada local «um dono do seu negócio», mas a segurança não depende dele”, esclareceu José Meneses. São esses « donos do negócio» que têm de envolver as suas equipas localmente. “A tarefa é mais ou menos fácil em função do empowerment do departamento, de forma a envolver-se todas as pessoas” e esse, diz, “é o cerne da questão”.

Marcos Alexandre salientou a importância da criação de laços e entreajuda com os pares. “Tenho vindo a assistir a uma evolução muito grande relativamente a esta cultura de segurança e à assimilação do safety e do security”, disse. O responsável salientou a importância da “sedução na resolução das questões do quotidiano”.

Marisa Raposo destacou a importância dos procedimentos e da comunicação na garantia da segurança. “O grande desafio é termos as pessoas alinhadas com as nossas políticas de segurança e a remarem todas para o mesmo lado”.

Em tom de conclusão, João Vieira salientou que mais do que o salário, a liderança e a comunicação são essenciais na motivação de colaboradores e implementação de uma cultura de segurança.

Dinâmicas diferentes, exigências do cliente interno e externo, dimensão das estruturas físicas e de colaboradores e picos de actividade são, sem dúvida, aspectos a valorizar na boa gestão da segurança. A liderança assume-se como a chave do sucesso na criação de uma verdadeira cultura de segurança. Nesta sessão, ficou clara a importância de tornar a segurança numa área estratégica numa organização, cujo envolvimento deverá ser contemplado desde a primeira hora numa implementação de um novo projecto.

O primeiro Security Meetup da Security Magazine, destinado a um público exclusivo de participantes, terminou com a certeza que foram lançados para o centro do debate novos temas e abordagens para encontros futuros.

A Security Magazine agradece aos oradores e aos participantes que se juntaram a esta edição, assim como a toda a equipa do hotel Corinthia e à Panda Security Portugal.

 

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