Estação radar do aeroporto de Lisboa vai ter novo radar

Notícias

Arrancaram no início de Fevereiro os trabalhos para a substituição da Estação Radar da NAV Portugal no aeroporto de Lisboa, em funcionamento desde 2000 e que agora será dotada de um novo radar secundário com tecnologia MODO-S.

Esta estrutura, existente desde os anos 1980, já se transformou num verdadeiro marco da cidade. Ao longo dos próximos meses irão decorrer os trabalhos de desmontagem, remoção, tratamento de estruturas e elementos metálicos, impermeabilização, e posterior instalação, montagem e teste do novo radar secundário, num projecto desenvolvido pela Direcção de Estudos e Projectos da NAV, primeiramente pela equipa PROINF, responsável pelas infraestruturas e posteriormente pela equipa CNS, responsável pelo equipamento RADAR.

Um radar secundário funciona através do envio de vários conjuntos de impulsos de radiofrequência para o «transponder» presente nas aeronaves que «responde» a estes impulsos com novo conjunto de impulsos que, depois de descodificados, permitem calcular a posição e vários outros parâmetros da aeronave.

Se o radar até aqui existente permitia extrair a identificação, a altitude, velocidade e a direcção das aeronaves, o novo radar MODO-S (de «selective») permite uma maior resolução da informação de altitude e maior qualidade na identificação o que, no futuro, permitirá «ler» directamente da aeronave todos os paramêtros de velocidade, direcção e altitude autorizada.

O radar MODO-S permite igualmente dirigir perguntas individuais a cada aeronave, uma funcionalidade que implica uma considerável redução da ocupação radioeléctrica e consequente redução da poluição radioeléctrica na gama de frequências utilizadas, tudo informações apresentadas em tempo real nos ecrãs dos controladores de tráfego aéreo que têm por missão gerir o voo.

O radar secundário tem um alcance teórico de aproximadamente 250 milhas náuticas (c. 475 kms) e a sua estrutura elevada é apenas a parte mais visível do complexo conjunto de equipamentos que o constituem – de quadros eléctricos, a geradores de emergência ou equipamentos de ar condicionado que assegurem as características ambientais necessárias para o seu correcto funcionamento, até terminais GPS, processadores para digitalizar e processar a informação obtida e equipamentos de comunicação que permitem o envio dos dados obtidos ao respectivo Centro de Controlo Aéreo.

A sua operação depende assim de um conjunto de engenheiros e técnicos especialistas da NAV que, pertencendo a diferentes áreas, asseguram de forma coordenada a manutenção dos melhores parâmetros técnicos e operacionais.

A substituição que agora se iniciou deverá prolongar-se ao longo do ano, estando prevista a conclusão dos trabalhos ao longo do segundo semestre de 2022.

 A desactivação do «Radar da Segunda Circular» ao longo deste período não tem qualquer impacto na operação da NAV Portugal já que, fruto da extensa rede de infraestruturas da empresa, nomeadamente os sistemas de Multilateração e os restantes radares mantidos pela empresa, existe redundância na cobertura do território português.

Se gosta desta notícia, subscreva gratuitamente a newsletter da Security Magazine.