Lisnave empenhada com a segurança dos colaboradores

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A Lisnave é hoje um dos principais estaleiros navais do mundo. Está localizada na Mitrena, em Setúbal, e faz reparação de navios de até 700.000 toneladas de pórtico, possuindo seis docas secas, as maiores com 450m de comprimento e 75m de boca, oito cais acostáveis com 1400m lineares no total e 1,5 milhões de m2. Aqui trabalham, num dia normal, cerca de 2000 pessoas.
Durante o evento realizado na passada sexta-feira na Lisnave, a que a Security Magazine assistiu, Nuno Santos, administrador-delegado da empresa, destacou que na Lisnave e na indústria naval no geral há “um ambiente muito perigoso”. Aqui há “pessoas e máquinas a partilhas as mesmas vias, muitas cargas suspensas (temos 19 guindastes, um pórtico, dezenas de pontos rolantes e semi pórticos, meios de elevação, entre outros) e muitas fontes de energia potencial concentrada (sob forma eléctrica, fluídos sob pressão, temperatura e cabos em tensão)”. Além disso, “há sempre uma grande pressa para entregar os navios, existindo espaço para que se facilite em termos de segurança. Porém, não permitimos que isso aconteça pois, para a Lisnave, a segurança está primeiro e sem ela não se faz o trabalho”.
Face a esta realidade, há dois anos, a empresa implementou o objectivo de zero acidentes que, “sendo relevante, não é um objectivo atingível num tempo razoável”, disse. Com a implementação deste objectivo, a empresa passou a registar todas as ocorrências, tendo visto os números a aumentar. “Parece um contra-senso, agora que estamos implementar uma cultura de segurança mais forte, os indicadores estão a piorar, mas sabemos a causa e não vamos baixar os ombros”, sublinhou.
A indústria naval de forma geral tem “milénios”, é “muito tradicionalista, com tudo o que tem de bom e mau”, sendo que “a cultura de segurança chegou primeiro a outras indústrias e só depois à indústria naval. Temos um caminho a percorrer”.
“Temos de reforçar a cultura de segurança na Lisnave e estamos a fazer acções nesse sentido”, destacou o administrador-delegado. A empresa disponibiliza equipamentos de protecção colectiva e individual a todos os colaboradores e aposta nas acções de formação, sensibilização, verificação constante pelos técnicos de segurança e responsabilização. Hoje “estamos a ser mais duros nesse aspecto e pessoas que não cumpram (regras e normas de segurança) sujeitam-se a processos disciplinares se forem contratados e a verem o cartão de acesso à Lisnave suspenso ou cancelado se forem subcontratados”.
Como apontou o responsável, “a avaliação do cumprimento de normas de segurança faz parte da nossa matriz”. A empresa está ainda a implementar um projecto para ter certificação 45001 ainda este ano.


A Lisnave decorre dos estaleiros da antiga CUF, em lisboa. Em 1961 foi constituída como Lisnave, ainda em Lisboa. Depois em 1967 passa para Cacilhas, estaleiro desactivado em 2000. O estaleiro na Mitrena, Setúbal, foi inaugurado em 1974, com o nome de Setenave. Em 1997 a Lisnave passa para Setúbal, abandonando a construção naval e passando a fazer só reparação naval. Hoje tem uma pequena participação pública de 3%, prepara em média 100 navios por ano e conta com um volume de negócios de 120 milhões de euros.

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