Vamos proteger os nossos olhos?

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A proteção dos olhos é um dos fatores mais importantes a termos em consideração como técnicos de segurança no trabalho, especialmente quando os nossos colegas exercem atividades em que existe a possibilidade de riscos para a sua segurança e saúde, nomeadamente poeiras, aerossóis, neblinas, fumos e líquidos perigosos, assim como a existência de substâncias voláteis que podem comprometer seriamente e nalgumas situações irreversivelmente a visão.
Proteger os olhos é fundamental para manter uma boa saúde ocular e prevenir danos que podem afetar a visão a médio e longo prazo.
Cuidar bem dos seus olhos pode ajudar a manter a visão mais saudável bem como reduzir o risco de problemas oculares no futuro.
No dia-a-dia os olhos estão sujeitos a uma tipologia variadíssima de riscos profissionais tais como, os riscos das radiações óticas (ultra violetas e radiações infravermelhas, muitas delas resultantes dos processos de trabalho), riscos mecânicos resultantes da projeção de partículas em suspensão (poeiras, limalhas, sílicas, etc), riscos químicos (aerossóis, manuseamento de ácidos que queimam a córnea, a cal viva que queima a córnea, o cristalino e a retina pelo efeito de penetração, fumos, salpicos químicos, etc) e riscos resultantes das altas temperaturas (fornos, trabalhos a quente, trabalhos ao ar livre sob radiação muito forte, etc) que podem efetivamente provocar queimaduras nas córneas.
Abaixo enumeramos algumas estratégias que visam a proteção ocular dos colegas no exercício das suas atividades:
• Use óculos de sol: óculos com proteção UV ajudam a proteger os olhos dos danos causados pelos raios ultravioleta do sol. Devem ser maioritariamente utilizados pelos trabalhadores que exercem trabalhos ao ar livre (que podem ser combinados com proteção mecânica) mediante a avaliação de riscos profissionais;

Óculos de segurança: Devem ser utilizados por trabalhadores que manuseiem ferramentas ou, produtos químicos ou ainda para quem trabalha no campo ou em ambientes com risco de partículas projetadas (carpintaria, serralharia, torneiros mecânicos, pedreiros, canalizadores, pintores, soldadores, asfaltadores, entre outras atividades, mediante a avaliação dos riscos por parte dos técnicos de segurança no trabalho);

Exames regulares: Cabe à Medina no Trabalho promover regulamente exames oftalmológicos para detectar problemas oculares precocemente.

• Higiene e cuidados: Os trabalhadores devem estar sensibilizados pela Segurança e Medicina no Trabalho para lavarem as mãos regularmente e evitar tocar os olhos com as mãos sujas. Quem utilizar lentes de contato, deve seguir as orientações de limpeza e manutenção.
• Dieta e saúde geral: Uma dieta rica em vitaminas e minerais, como vitamina A, C, E, zinco e ômega-3, pode ajudar a manter a saúde ocular. Equacionar o estilo de vida saudável, contribui para o benefício geral do organismo e também da visão em particular.
Os equipamentos de proteção individual acima referidos (salvo muitos outros existentes no mercado para outros tipos de riscos profissionais) devem ser precedidos de uma avaliação de riscos em articulação com os representantes dos trabalhadores ou na sua ausência os próprios trabalhadores conforme a Lei 102/2009 de 10 de setembro.
Para o efeito, os EPI’s devem ser os mais adequados possíveis, adaptados às condições e aos contextos socioprofissionais existentes. Devem igualmente ser confortáveis e ergonómicos e, como observamos nas fotos 9, 10, 11 e 12 ser compatíveis com outros EPI’s.
Devem permitir sempre que possível, uma visão periférica abrangendo um ângulo de 180º.
Também devem ser de fácil manuseamento, principalmente para poderem ser retirados em caso de emergência.
Finalmente a questão da certificação e normalização: Devemos confirmar que estes EPI’s (e todos em geral) atendem às normas de segurança, nomeadamente a nível europeu, à norma EN 166. Essas certificações garantem que os óculos foram testados e são adequados para a proteção pretendida.
Investir em óculos de proteção adequados e seguir as práticas de segurança, estamos a contribuir para minimizar a probabilidade de lesões oculares e garantir a segurança e a saúde de todos.
Bem hajam


António Costa Tavares

Técnico Superior de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, Docente, formador e consultor em matéria de SST e Gestão de Recursos Humanos e Psicologia do Trabalho, Quadro da Câmara Municipal de Cascais, Membro da Comissão de Trabalhadores da CMC