O “novo normal” da Segurança e Saúde no Trabalho

Opinião Segurança no Trabalho

Por Sílvia Parente, Health, Safety and Environment na indústria de marroquinaria de luxo

A todos os colegas que estão a atravessar esta fase, talvez uma das mais desafiantes até então, uma palavra: Força, porque vai ficar tudo bem!

Efetivamente o dossier de Segurança e Saúde no Trabalho é, nos últimos meses foco de atenção para empregadores, colaboradores, Estado e até para a nossa esfera familiar, porque a Covid-19 não veio para poupar ninguém.

A economia vai sofrer e deixo este assunto para os peritos, mas como li há pouco num artigo da “minha” Coach “…temos todos de desenvolver uma enorme capacidade criativa e um enorme músculo de resiliência para conseguirmos ultrapassar tudo, reduzindo o impacto”.

Fico-me pela resiliência. Esta é a palavra de ordem para o profissional de Segurança e Saúde no Trabalho, mas nunca esta caraterística se revestiu de tanto sentido como nesta fase de pandemia.
Num contexto empresarial, sabemos que o objetivo primordial do profissional de Segurança é, e sempre foi considerar a Segurança e Saúde dos trabalhadores como fatores prioritários da sua intervenção. Ora o objetivo primordial de qualquer empresa é, e sempre foi gerar lucro. À primeira vista, pode parecer que aponto para duas direções diferentes. Nitidamente não!

É do nosso conhecimento que o sucesso está na união de ambos os interesses, mas nestes dias de pandemia, é com capacidade de superação, recuperação e com a robusta conciliação de ambos os interesses que a sustentabilidade das empresas se restabelece e retoma o caminho de um “novo normal” que ainda nos é um pouco incógnito.

Mas há um vírus, e há algo que até então passava despercebido. Existem novas formas de trabalho, passando o teletrabalho a fazer parte do “vocabulário” das empresas. Existe dedicação de tempo de trabalho a tarefas de higiene e desinfeção (nunca a parte da higiene, talvez muito desvalorizada, se revestiu de tanta relevância e visibilidade). Existem uma série de medidas, para que se respeitem aquelas que são as distâncias seguras, desde repensar layouts, apostar em proteções coletivas, refletir sobre novas formas de organização do próprio processo produtivo e por último a utilização de equipamentos de proteção individual.

Estes são apenas alguns, mas todos estes tópicos são “batalhas” de sempre dos profissionais de Segurança e Saúde no Trabalho. Batalhas estas que de um instante para o outro, e que por uma lição da Mãe Natureza (assim quero acreditar) os empresários e gestores pararam para pensar neles. Ou seja, parou-se para se pensar na segurança, saúde e bem-estar das pessoas. E não deveria ser sempre assim?