CNCS reforça oferta formativa e competências digitais

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Isabel Baptista integra o Centro Nacional de Cibersegurança desde o primeiro momento, em 2014. A coordenadora do departamento de Desenvolvimento e Inovação do CNCS destaca, à Security Magazine, duas iniciativas de particular relevo que terão lugar durante a conferência CDAYS, que decorre no Porto, entre 14 e 16 de Junho – o lançamento do curso Cidadão Cibersocial e o evento CTF (Capture the Flag).

Relativamente ao curso “Cidadão Cibersocial”, o mesmo será apresentado no dia 16 Junho pela professora e investigadora Teresa Sofia. “É o quarto curso e-learning promovido pelo CNCS, depois do curso “Cidadão Ciberseguro”, “Cidadão Ciberinformado” e o “Consumidor Ciberseguro”, explica Isabel Baptista.

Este novo curso “resulta de uma necessidade existente” e “descreve as principais redes sociais e destaca as melhores práticas na sua utilização, identificando sempre a cibersegurança, de modo a melhorar a navegação de forma segura e ajudar a garantir a privacidade dos utilizadores”.

O curso tem como pano de fundo as principais redes sociais, com identificação dos principais riscos existentes em cada uma das redes sociais. O objetivo é que cada participante “consiga aplicar as melhores práticas de segurança e privacidade no uso das redes sociais”. Isabel Baptista sublinha que “não podemos deixar de reconhecer as vantagens destas plataformas, mas temos de usá-las em consciência”.

O novo curso, que ficará disponível na plataforma NAU a partir de dia 16 de Junho, foi desenvolvido internamente pelo CNCS e conta com o apoio da professora Teresa Sofia. Tem uma duração de 2h, online, com emissão de certificado no final, caso seja respondido com uma taxa de sucesso de mais de 75%.

Este é um curso que se aproxima do curso de “Cidadão Ciberinformado” focado na desinformação. “As redes sociais apelam, muitas vezes, aos likes e à utilização e partilha de informação que, por vezes, não são reais e com informação não verdadeira, que tenta ser credível”, refere.

Além deste novo curso, Isabel Baptista destaca a actualização constante de conteúdos com introdução de novos módulos nos cursos anteriores. Exemplo disso é a introdução do módulo de teletrabalho no curso de “Cidadão Ciberseguro” e de um quiz para aferir a distinção entre real new e fake new, lançado a 1 de Junho, no cursos de “Cidadão Ciberinformado”.

Capture The Flag: Foco nos jovens e transmissão de competências digitais

Também nesta edição, durante o dia 15, decorre o Cibersecurity Challenge PT, organizado em parceria com o Técnico, Universidade do Porto e com o apoio da AP2SI. Este está incluído numa iniciativa que se insere no eixo da educação do programa INCoDE.2030. O obejctivo “é treinar e formar as camadas mais jovens da população, através de transmissão de competências digitais”.

Esta iniciativa pretende “identificar jovens talentos nacionais e promover a sua carreira profissional”. Como apontou Isabel Baptista, “há uma falta imensa de profissionais de cibersegurança e esta é também uma forma de atrair talentos para esta área”. Hoje, indicou, a carreira profissional de cibersegurança surge como uma das profissões mais bem pagas a nível nacional e com um grau de profissionalização crescente, comportando técnicos altamente especializados. Actualmente, o CNCS está em desenvolvimento para um referencial nesta área que vai ao encontro da necessidade e da normalização em relação aos valores de mercado.

O CTF nacional tem como objectivo levar os participantes a testarem as suas competências. Posteriormente será seleccionada uma equipa de 10 estudantes para competirem em Praga, Chéquia, no European Security Challenge.

Reforçando o potencial, qualidade e competência dos jovens portugueses, Isabel Baptista destaca a integração de dois jovens lusos no team europeu de 36 elementos do International Cybersecurity Challenge,

Com uma forte presença masculina, a responsável não esconde a vontade de contar com a participação de mais elementos femininos em edições futuras, indo ao encontro da própria realidade do CNCS, onde “há mulheres em todos os departamentos”.

Com exercícios de segurança web, dispositivos móveis, criptografia e engenharia reversa, Isabel Baptista acredita que através da matemática, especialmente envolvida nos dois últimos temas, poderá ser atraída uma maior participação feminina. “Acredito que podemos, por via das competições das olimpíadas da Matemática no ensino secundário, captar mais elementos femininos”. A propósito desta temática, destacou o referencial, revisto este ano, pelo IDN, DGE e CNCS, “Segurança, Defesa e Paz” que coloca um capítulo sobre cibersegurança desde o pré-escolar. “É muito importante que os professores comecem a estar familiarizados com estes termos e sensibilizá-los”.

Ambas as iniciativas surgem do grant agreement com o Centro Internet Segura, que tem target nas crianças, jovens, pais, educadores e séniores e envolve a DGE, IPDJ, APAV, Microsoft, Fundação Altice, FCCN e o CNCS.

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