“Naturalizar competências” foi este o mote deste ano do CDAYS 2021, do Centro Nacional de Cibersegurança e da Universidade do Porto, que decorreu durante três dias no Porto (14 a 16 de Julho). Evento que contou com a Security Magazine como media partner e apoio da Câmara Municipal do Porto e 2021Portugal.eu, bem como um leque de apoios comerciais de empresas do sector. PARTILHA, COLABORAÇÃO, COMPETÊNCIAS, INOVAÇÃO, SENSIBILIZAÇÃO SÃO ALGUMAS DAS PALAVRAS MAIS OUVIDAS DURANTE OS TRÊS DIAS DO EVENTO. Deixamos os principais destaque da edição deste ano.
A Sala do Arquivo da Alfândega do Porto foi o palco do CDays 2021. O evento de referência em Portugal dedicado à cibersegurança, contou com a presença de vários especialistas que debateram e analisaram os principais temas em oito dimensões – Sociedade, Riscos e Conflitos, Ética e Direito, Economia inovação e Tecnologias, Políticas Públicas, este ano com uma forte presença internacional. A moderação do evento esteve a cargo do jornalista Pedro Santos Guerreiro.
Miguel Pereira Leite, presidente da Assembleia Municipal do Porto, deu o pontapé de saída. Salientou a importância da protecção das estruturas administrativas, garantindo a eficácia da protecção de cada cidadão. Destacou a aposta na hiperconectividade da cidade do Porto e o eco-sistema de empreendedorismo existente na região. O município do Porto tem apostado na inovação, nomeadamente através plano de gestão e valorização de dados para ajuda na tomada de decisão política. O responsável destacou o uso da Inteligência digital nas dinâmicas municipais nomeadamente no plano de gestão de resíduos e a plataforma de monitorização e gestão meteorológica que dá apoio à Protecção Civil.
Competências inatas
Lino Santos, coordenador do CNCS, destacou que “o volume de ciberincidentes em Portugal quase duplicou o ano passado”, correspondendo ao principal pico de confinamento e de teletrabalho, através de ransomware, malware, phishing, smishing, entre outros.
O mundo enfrentou, em 2021, ataques graves como o que foi feito à Colonial Pipeline, aos serviços essenciais na Bélgica ou ao sistema nacional de saúde irlandês. Lino Santos destacou a importância de tornar as competências em cibersegurança inatas e alcançar a imunidade de grupo nesta área, tornando os comportamentos e atitudes de cibersegurança naturais.
Mais investimento
Mariana Vieira da Silva, ministra de Estado e da Presidência, destacou a criação do Centro Europeu de Competencias Industriais, Tecnológicas e de investigação em Cibersegurança, um processo concluído durante a presidência de Portugal no conselho da UE. Este será responsável por implementar uma agenda europeia de cibersegurança e gerir o financiamento nas áreas de IID e capacitação de pessoas e empresas apoiado numa rede de centros nacionais de coordenação.
Destacou que o PRR prevê um investimento significativo no quadro geral de cibersegurança, nomeadamente através de acções de implementação do Quadro Nacional de Referência do CNCS, criação de uma rede de sete centros de competências de cibersegurança e da criação de uma academia de cibersegurança destinada à formação avançada de novos especialistas para trabalhadores de organismos da administração pública. Ampliação e desenvolvimento da rede nacional de digital innovation hubs, visando a centralização de serviços de apoio à transição digital das empresas nas áreas da cibersegurança, IA, e computação de elevado desempenho e criação de selos de certificação em cibersegurança.
António de Sousa Pereira, reitor da Universidade do Porto, centrou-se no tema da saúde e no big data. “Qual a nossa real dimensão no mundo que nos rodeia?” questionou. Salientou a importância da informação actualizada e dos dados e do seu cruzamento para a compreensão do mundo como o conhecemos hoje.
Citou João Lobo Antunes com a frase:
“Não sei o que nos espera mas sei o que me preocupa: é que a medicina empolgada pela ciência, seduzida pela tecnologia e atordoada pela burocracia, apague a sua face humana e ignore a individualidade única de cada pessoa que sofre, pois embora se inventem cada vez mais modos de tratar, não se descobriu ainda a forma de aliviar o sofrimento sem empatia e compaixão”.
Leia o resumo na íntegra do CDAYS 2021
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