O papel do INEM na resposta à pandemia de Covid-19

Notícias Saúde

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), em conjunto com a Direcção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), integra o projecto europeu PANDEM-2, com o objectivo de desenvolver processos e sistemas de informação para melhorar a preparação e resposta da União Europeia a futuras pandemias.

O papel do INEM – Instituto Nacional Português de Medicina de Emergência – na actual pandemia da COVID-19 “tem sido muito diversificado”. Como conta, num artigo publicado no site do PANDEM, o INEM esteve envolvido na resposta nacional portuguesa à pandemia mesmo antes do primeiro caso ter sido diagnosticado em Portugal Continental, no repatriamento de cidadãos portugueses e brasileiros que viviam em Wuhan, o epicentro da pandemia da COVID-19, no início de Fevereiro de 2020.

Como relata, os trabalhadores, médicos, enfermeiros de emergência, técnicos de emergência médica e psicólogos de emergência, estiveram sempre na “linha da frente desta luta”.

A estratégia do INEM para combater a pandemia da COVID-19 baseava-se em quatro objectivos principais:
1) Manter a missão diária do INEM de responder a mais de 3.500 casos diários de emergência e de responder a quase 4.000 chamadas de emergência no nosso CODU – Centro de Coordenação de Doentes Urgentes

2) Garantir uma assistência médica pré-hospitalar aos pacientes da COVID-19 que demonstrasse gravidade e critérios de emergência

3) Apoiar o Ministério da Saúde e outras autoridades sanitárias na resposta nacional e internacional à pandemia da COVID-19

4) Apoiar outras áreas de governação

Tendo estas orientações como base de acção, segundo o INEM, a COVID-19 exigiu medidas específicas para garantir uma resposta eficaz.

Na fase inicial da pandemia, o INEM implementou uma Sala de Situação que monitorizou constantemente a actividade do INEM e do Sistema Integrado de Emergência Médica, assegurando que a actividade quotidiana não fosse afectada. A ferramenta de registo clínico INEM – iTeams – foi também adaptada ao trabalho com a realidade da COVID-19.

O INEM, tal como relata, implementou ambulâncias e tripulações específicas para lidar com os primeiros casos suspeitos de COVID-19. Com o agravamento da situação pandémica, todos os aparelhos pré-hospitalares estiveram envolvidos nesta luta.

O CODU adaptou o algoritmo telefónico de triagem para ajudar a sinalizar os casos suspeitos de COVID-19 e depois alertar as equipas de ambulâncias para este facto.

Desde Março de 2020, quando o primeiro caso foi diagnosticado em Portugal, até 11 de Julho de 2021, o INEM e os seus parceiros no Sistema Integrado de Emergência Médica transportaram 171.059 casos suspeitos de COVID-19.

Em Março de 2020, criou uma equipa de enfermeiros de emergência para recolher testes de esfregaço em locais específicos, como lares de idosos e prisões. A criação destas equipas permitiu que as pessoas que apresentavam sintomas da doença permanecessem isoladas nas suas residências, reduzindo a probabilidade de contactos desnecessários e aliviando a pressão extra sobre as unidades hospitalares. Estas equipas deram orientações a estas pessoas sobre como permanecer isoladas nas suas residências. Desde o início da pandemia, até 11 de Julho de 2021, estas equipas recolheram 55.927 zaragatoas para análise COVID-19.

A pandemia de COVID-19 também impulsionou a transformação digital no INEM. Pela primeira vez na história, os técnicos de emergência do CODU puderam responder a chamadas de emergência nas suas casas, o que ajudou a reduzir os contactos entre os trabalhadores e o risco de serem infectados.

Em geral, como conta, a maioria dos trabalhadores adoptou o home-office durante os meses críticos da pandemia. Com a colaboração de algumas empresas de tecnologia, o INEM criou uma infra-estrutura e forneceu o equipamento que permitiu que isto acontecesse.

O INEM ajudou outros países na sua luta contra a COVID-19. Com a colaboração da Organização Mundial de Saúde e da União Europeia, o INEM forneceu formação a profissionais de saúde em São Tomé e Príncipe e ajudou na organização da logística da resposta do país à pandemia.

O projeto PANDEM-2 é financiado pela União Europeia liderado pela Universidade Nacional da Irlanda (Galway). O consórcio PANDEM reúne líderes europeus das áreas da saúde, segurança, defesa, microbiologia, comunicação, tecnologias da informação e gestão de emergência, assegurando que a ciência mais moderna serve os interesses da prestação de cuidados, do governo e da sociedade. Entre os membros do Advisory Board contam-se a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doença (ECDC).

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