E-coordina Portugal reúne profissionais de SST em Lisboa

Notícias Segurança no Trabalho

“A Coordenação da Segurança e Saúde no Trabalho” foi o tema central da conferência organizada pela e-coordina Portugal, na passada semana, em Lisboa. O evento contou com a participação de João Heleno, da Percentil, Tiago Vilas Boas, da BA Glass, e de Nélson Ferreira, da ACT.

“A promoção da segurança e saúde no trabalho aplica-se a todos os ramos de actividade, nos sectores privado e público, contudo o maior problema para as organizações encontra-se nas  actividades simultâneas ou sucessivas (…)”, alertou Ana Barreira, directora da e-coordina Portugal, no arranque da conferência. Os empregadores, tendo em conta a natureza das actividades desenvolvidas, “devem cooperar no sentido da protecção da segurança e da saúde”, sublinhou.  

João Heleno, fundador da Percentil, focou a sua apresentação na segurança e saúde no trabalho na área da construção. “Global, indissociável e omnipresente”, foram os três aspectos abordados pelo responsável. “A segurança só funciona quando está no nosso subconsciente”, referiu. Alertou ainda para a dissociação que existe na área da construção entre performance, resultado, produção e segurança.

Tiago Vilas Boas, Corporate Health & Safety Coordinator da BA Glass, falou sobre a sua visão enquanto cliente da E-coordina, numa parceria que arrancou em Dezembro de 2020.  A empresa adoptou, em 2019, a estratégia BASafetyWay, que é transversal a toda a organização. “A pandemia permitiu-nos parar e olhar para os processos que tínhamos”, disse. A empresa decidiu fazer uma auditoria remota a um procedimento do regulamento interno de prestadores de serviços, após a qual encetou um novo projecto transversal a todas as suas fábricas no mundo, com o apoio da E-coordina. “A segurança é um mundo de incertezas e hoje temos uma ferramenta que nos permite controlar uma área que anteriormente não controlávamos”. Hoje, a segurança para prestadores de serviços externos começa muito antes da entrada na porta da BA Glass, ou seja, começa no momento em que o prestador de serviços recebe um email para proceder ao upload de toda a informação relativa à sua segurança na plataforma E-coordina. Só após a sua validação, poderá entrar dentro de uma fábrica do grupo.

A terminar a sessão, o subinspector geral da Autoridade para as Condições do Trabalho, Nélson Ferreira, “existem no mesmo local de trabalho várias actividades em simultâneo, com dinâmicas próprias, e muitas vezes há o perigo da SST ser omitida e não ser transversal, podendo ser conflituante, e a protecção dos trabalhadores possa estar em causa”. Neste sentido, disse, “a coordenação da SST é essencial para que haja o mesmo nível de protecção entre todos os participantes e trabalhadores nesse local de trabalho”. Como destacou, quando falamos de todos os trabalhadores, “falamos do proprietário, temporários, cedidos, independentes, e mesmo prestadores de serviços de outras empresas”. O ACT visita por ano entre 30.000 a 35.000 visitas a empresas, tendo recebido um reforço recente de mais 200 novos inspectores, passando para um total de 500 em 2020. Recorde-se que no próximo ano, a ACT irá contar com um novo sistema de comunicação, que se pretende mais célere e eficaz.

Íñigo Martínez, CEO e-coordina, e Ana Barreira, directora e-coordina Portugal

“2022: um ano de consolidação”

À margem da iniciativa, Ana Barreira, directora da e-coordina Portugal, destacou à Security Magazine que este “foi um evento muito importante” para a organização. “Pretendíamos criar um debate e trazer várias visões, tanto da prevenção, como da actuação no terreno e fiscalização”, tendo sido “um objectivo alcançado”.

Como explica a responsável, a empresa pretendeu também mostrar e dar conhecimento aos participantes sobre ferramentas que podem simplificar e unificar o trabalho administrativo relacionado com a área de SST.

Hoje a e-coordina Portugal, com sede em Bragança, conta com clientes em todo o país e de todas as tipologias de actividade e dimensão. “A coordenação de segurança tem mais impacto no segmento das obras”, destaca a responsável, até porque é onde “há mais número de acidentes mortais”. Porém, sublinha que “a segurança no trabalho é transversal a qualquer âmbito de actividade”, ou seja, “as normas de segurança são para ser cumpridas por toda a tipologia de empresas, independentemente da sua dimensão, actividade ou geografia”. E, neste sentido, esta tipologia de ferramentas pode ser implementada por todas as organizações, desde as PMEs até às grandes empresas.

O sistema da e-coordina permite simplificar e unificar todos os requisitos de acesso de um fornecedor às instalações do cliente em matéria de segurança. Como explica Ana Barreira, “a nível nacional, apercebemo-nos que a homologação de um fornecedor era algo que estava muito organizado, ou seja, na contratação de um fornecedor a empresa verificava o cumprimento de uma série de normas”. Porém, ao nível dos aspectos relacionados com a segurança, tal não acontecia. Hoje, diz, “há uma tomada de consciência” por parte das empresas no que toca ao cumprimento de todos estes requisitos de segurança, os quais são simplificados com esta ferramenta.

A e-coordina adquiriu este ano a empresa Wetask, em Portugal, a qual já contava com “grandes clientes”. Ana Barreira salienta que esta aquisição permitiu chegar a estes clientes e disponibilizar-lhes novos serviços e soluções mais actualizadas a nível tecnológico.

Depois de um ano muito desafiante para as organizações, motivado pela pandemia, Ana Barreira não tem dúvidas em afirmar que “2022 será um ano de consolidação para a e-coordina Portugal, perpectivando-se um grande ano com a entrada grandes empresas”.

Se gosta desta notícia, subscreva gratuitamente a newsletter da Security Magazine.