“Capacidade de inovação dos cibercriminosos é por vezes maior do que a do próprio mercado”

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 A Cipher tem vindo a crescer em Portugal desde 2016, quando reforçou a sua presença com a aquisição da Dognaedis. Ainda com o mercado em recuperação após a pandemia, “esperamos terminar o ano com um crescimento positivo que nos posiciona como uma das referências no mercado nacional para 2022”, avança José Luis Díaz, Vice-Presidente da Cipher para o mercado ibérico, à Security Magazine.

Security Magazine – Como considera que evoluíram as preocupações das empresas nacionais relativamente aos temas da cibersegurança?

José Luis Díaz – A cibersegurança tem sido ao longo dos anos um dos factores de risco mais importantes para o desenvolvimento da economia. De acordo com o Centro Nacional de Cibersegurança, os ataques informáticos aumentaram 70% em 2020 e este ano, durante Setembro, já tínhamos ultrapassado em número todos os ciberataques que ocorreram no ano anterior. Estes números e a maior cobertura mediática dos últimos ataques, está a causar maior preocupação às empresas, pelo que a cibersegurança começa a estar na agenda dos gestores.

Na sua perspectiva, quais os grandes desafios ao nível da cibersegurança que esta sociedade hiperconectada traz às organizações em Portugal e no mundo?

Na Cipher, aquilo a que estamos a assistir em 2021 é a organizações que continuam a aumentar o seu investimento em cibersegurança e a melhorar o seu nível de maturidade. Contudo, a capacidade de inovação dos cibercriminosos é por vezes maior do que a do próprio mercado e isto significa que muitas organizações terão de repensar a sua estratégia de segurança cibernética.

Os principais desafios visam proteger as organizações nas suas estratégias de transformação digital, principalmente tendo em conta a sua evolução para a nuvem, o aumento do teletrabalho e a obsolescência de alguns dos seus ambientes.

Além disso, o factor humano continua a ser um dos desafios mais importantes a enfrentar e o estabelecimento de planos de sensibilização adequados deve ser uma das prioridades, uma vez que desempenha um papel crucial na ativação do malware.

Quais são, no seu ponto de vista, as grandes tendências que marcarão o próximo ano o mercado da cibersegurança?

Em 2022, permanecerão algumas das tendências ransomware deste ano e, devido à rápida adopção da nuvem por muitas empresas em consequência da pandemia, acreditamos que os ataques ransomware às infraestruturas da nuvem aumentarão.

Neste sentido, as soluções de autenticação remota e de dois factores continuarão a evoluir para garantir o teletrabalho seguro e veremos uma tendência crescente para a utilização de ferramentas de gestão de acesso privilegiado.

Por outro lado, deve ser tido em conta que a colaboração entre grupos cibercriminosos aumentará, permitindo a partilha de informação e a exploração da informação crítica dos clientes, e neste ponto, a função de Threat Hunting será uma tendência preventiva crescente para antecipar ciberataques.

Observando a actual realidade e ameaças, para onde é que os responsáveis de cibersegurança deverão apontar as suas armas durante o próximo ano?

É claro para nós na Cipher que a automação desempenhará um papel importante nas estratégias de protecção das empresas. Com os ciberataques a tornarem-se mais numerosos e sofisticados, é muito difícil monitorizar e responder adequadamente aos incidentes sem monitorizar os eventos mais básicos e estabelecer respostas automáticas.

Por outro lado, a interacção humana continuará a ser fundamental na activação do malware, pelo que as soluções destinadas a aumentar a sensibilização e a detectar comportamentos anómalos serão muito importantes. As soluções baseadas na inteligência artificial desempenharão aqui um papel cada vez mais importante.

Como avalia o ano de 2021 na sua empresa em termos de crescimento em Portugal e como prevê o próximo ano? Que novidades se esperam no mercado nacional em termos de investimentos e de novos serviços/produtos?

A Cipher tem vindo a crescer em Portugal desde 2016, quando reforçou a sua presença com a aquisição da Dognaedis. Em 2021, ainda com o mercado em recuperação após a pandemia, esperamos terminar o ano com um crescimento positivo que nos posiciona como uma das referências no mercado nacional para 2022. E para continuar a oferecer valor aos nossos clientes, a Cipher continuará a promover a investigação e desenvolvimento de novos produtos e serviços através da sua unidade de inovação, que faz parte do ADN da empresa.

Como resultado deste investimento em inovação, durante o próximo ano, os nossos serviços avançados MDR apresentarão novos desenvolvimentos em automatização e melhorias na detecção e resposta. Um exemplo disto é o Waldo, o nosso automatismo de tarefas da linha da frente que utiliza uma abordagem baseada em inteligência artificial que melhorará a eficiência do serviço e otimizará os custos para os nossos clientes.


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