Emoções, pensamentos e padrões tóxicos que destroem a nossa vida

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Por Dra. Glaucia Freitas, Psicóloga e coach

É muito comum as pessoas pensarem que emoção e sentimento são a mesma coisa, mas é importante esclarecer que sentimentos e emoções são coisas diferentes. A emoção cria um sentimento, que também pode criar novas emoções e outros sentimentos, ou seja, a emoção é a reação do cérebro a um estímulo ambiental. Já o sentimento é uma resposta à emoção, ou seja, como a pessoa se sente diante de tal emoção.

O sentimento é o resultado de uma experiência emocional que alguns conhecemos muito bem, como amor, felicidade, ódio, inveja. 

Apesar de distintos, emoção e sentimento estão intimamente conectados. A emoção pode ser mais rápida e o sentimento durar mais tempo.

Existem 5 emoções que são consideradas universais, medo, tristeza, alegria, raiva e nojo. São classificadas em três tipos: as primárias, as secundárias e as de fundo.

  • Primárias: são aquelas facilmente perceptíveis pelas pessoas, como o medo e a alegria.
  • Secundárias: não são tão fáceis de notar, como por exemplo, o nervosismo, a culpa ou a vergonha.
  • De fundo: são as não perceptíveis, como a calma ou fadiga. Elas são difíceis de serem percebidas porque estão mais relacionadas ao mundo interno do indivíduo do que ao externo.

O desafio é aprender a gerir as emoções desconfortáveis e trabalhar os pensamentos para a resolução do problema. Não pense no problema e, sim, na solução. A solução está voltada para a realidade.

Por exemplo, o desconforto, acontece quando algo não está alinhado entre o que está fora, no ambiente, e o que está dentro de nós.

Quando se sentir irritado, pergunte-se porque ficou irritado com a pessoa ou a situação? O que o irrita, domina-o. Na verdade não é a pessoa ou a situação que o irrita, e sim você que se permite ficar irritado. Por trás da raiva há algo a ser tratado para não se sentir irritado. A raiva é a ausência de amor.

Separe o que é seu e o que é do outro, esse é o caminho para se relacionar melhor consigo próprio e com os outros, o que faz a vida ficar mais leve e mais saudável. 

A pessoa que é controladora tem tendência a ser pessimista pois prefere pensar no que pode dar errado para não sofrer, mas já está a sofrer por antecipação. O pânico e medo bloqueiam o sistema imunológico.

Convido-o(a) a pensar em relação aos seus hábitos. 

O hábito refere-se a determinado pensamento, comportamento ou maneira de fazer algo, adquirido por repetição ou reforço da própria pessoa ou dos outros.

A maioria das decisões que tomamos, parecem ter sido escolhas muito bem pensadas, mas na verdade são os hábitos que nos impulsionam para a tomada de decisão. E sabe o motivo de não ter consciência? Existem alguns hábitos estão a ser praticados inconscientemente.

Não faz sentido querer resultados diferentes, fazendo sempre as mesmas coisas. É preciso sair da zona de conforto! 

Se acha mais fácil identificar o problema no outro e ainda querer que o outro mude, essa expectativa não existe. Pois, você não tem controlo do outro, o único controlo está em si mesmo. Quando muda, tudo à volta muda!

É importante, também, perceber que não há limite de idade para iniciar o processo de mudança, o fundamental é querer mudar. Nunca é tarde!

Quando pensa que as suas verdades são verdades absolutas, está na hora de parar e refletir a respeito das suas opiniões. Como costuma conversar com as pessoas? Só você fala ou você também tem uma escuta ativa? Você realmente ouve o que as pessoas falam e interessa-se pelo que elas estão a falar? Você precisa colocar-se no lugar do outro, você não é o dono da verdade!

Segundo aquele que é considerado o principal pesquisador contemporâneo em Inteligência Emocional, o psicólogo Daniel Goleman, a capacidade que a pessoa desenvolve para identificar e gerir as suas emoções, mesmo diante de frustrações e desilusões, é um dos desafios que precisa superar para ser considerada uma pessoa com inteligência emocional.

Seguindo essa linha, a inteligência emocional também está relacionada com a capacidade de controlar impulsos, canalizar emoções para situações adequadas, empatia, praticar a gratidão e motivar as pessoas. Tanto na vida pessoal ou profissional é necessário investir no processo de desenvolvimento. Os gestores precisam preocupar-se com a relação existente entre as pessoas e a organização. Sendo assim, a tendência do mercado de trabalho revela o crescente interesse pela área das emoções, sentimentos e consequentemente comportamentos, assim como a consciencialização de que o motor das empresas são as pessoas.

É necessário aprender a lidar com os pensamentos, com as histórias que você cria sobre os riscos e danos que podem acontecer.

Rever os paradigmas, ou seja, cortar o pensamento anterior para ter um novo olhar e um novo pensamento.

Mecanismos ligados ao passado aprisionam, impedem e bloqueiam o caminho para atingir os objetivos.  

Os pensamentos que criamos são mais tóxicos do que a própria realidade, vigie os seus pensamentos. A nossa percepção da realidade determina o nosso comportamento, mas são as nossas crenças e os valores que a influenciam.

Crenças e valores são regras que lhe foram implantados para o seu dia a dia, é preciso olhar para as suas próprias necessidades, olhar para a sua criança. O que acontece hoje é resultado das raízes da infância.

Busque a validação e aprovação interna e não externa. Construir os seus próprios valores, ser quem quer ser, aceitar-se e aprovar-se. 

Com a ajuda de um psicólogo é possível identificar as experiências e os pensamentos que provocam algum trauma, tais como o medo, a depressão, a ansiedade, a insegurança, o que conduz a identificar e a encarar de frente as diferentes emoções que podem conduzir à cura.

O objetivo da terapia é identificar padrões de comportamento e pensamentos, crenças e hábitos que estão na origem do problema, ajuda a ampliar a consciência através da fala, da expressão verbal, assim os problemas diluem, a mente fica limpa e organizada.