“Vemos empresários e profissionais a olharem para a cibersegurança como um ponto estratégico”

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 Rui Duro, Portugal Country Manager Check Point Software, avançou à Security Magazine que “é importante que passemos de uma visão meramente infraestrutural física, para uma visão endpoint”, no que toca à cibersegurança. O responsável esclareceu que hoje empresários e profissionais olham para a cibersegurança como um ponto estratégico para a continuidade da sua actividade.

Security Magazine – De que forma tem evoluído a percepção do ciber risco por parte das empresas em Portugal?

A percepção do ciber risco tem vindo a aumentar junto de todo o tecido empresarial português, muito devido a um trabalho que os intervenientes de segurança têm vindo a fazer de evangelização sobre o tema, em conjunto com o acréscimo de casos de ataques críticos que têm sucedido nas empresas e que levam a que os seus gestores tenham que de uma vez por todas acordar para o problema.

Porém, ainda nos encontramos longe de um nível aceitável de segurança. Continuamos a pensar somente no perímetro físico das empresas, esquecendo que neste momento os grandes vectores de ataques passam pelos dispositivos móveis e aplicações Cloud. É importante que passemos de uma visão meramente infraestrutural física, para uma visão endpoint.

Quais são as principais motivações de compra por parte dos clientes ao nível de produtos/soluções de cibersegurança?

A principal motivação é o receio de perda e violação de dados. É comum dizer-se que o petróleo da era da informação são os dados, pois se estes são um bem precioso é necessário cuidar e proteger.

As empresas têm tomado consciência que a sua informação e dados está cada vez mais fora do perímetro físico das suas instalações e que isso exige maiores cuidados e atenção, não só para adoptar soluções clássicas de segurança de infraestruturas, como também de alargar essas soluções até aos dispositivos de uso profissional e pessoal dos seus colaboradores, como é o caso do telemóvel.

Considera que a actual pandemia trouxe impactos à estratégia de gestão de risco das empresas? Que aprendizagens podem retirar empresários e profissionais desta situação?

Trouxe sim, levou a que os gestores não tivessem tempo para parar e pensar se valeria a pena arriscar não estar seguro. A cibersegurança, tal como o teletrabalho, entrou não só no léxico como também nos hábitos de gestão. Há que relembrar que até ao momento pré-pandémico as empresas portuguesas encontravam-se num estágio muito imberbe no que toca à sofisticação de adopção de soluções de segurança informática.

Com a pandemia e com o forçar de mudança de paradigma de trabalho e de atitudes por partes dos colaboradores, foi necessário reforçar e estruturar toda a infraestrutura das empresas para continuarem a ser produtivos sem colocar em causa a segurança dos mesmos.

Neste momento, vemos os empresários e profissionais a olharem para a cibersegurança como um ponto estratégico para a continuidade da sua actividade, juntamente com processos híbridos e flexíveis de trabalho.