A STEF assume-se como uma das principais empresas de transporte e logística com temperatura controlada na Europa, com cerca de 250 instalações em sete países europeus. Face à sua dimensão e características inerentes à actividade, a segurança assume-se como uma área essencial, sendo transversal a toda a organização. Em Portugal, a STEF acaba de inaugurar uma nova plataforma em Alenquer e reorganizou no último ano o seu departamento interno de segurança. A Security Magazine foi conhecer estes novos projectos e esteve à conversa com Fabrice Carré, director-geral da STEF Portugal, Carlos Figueiredo, head of legal & HR director, e Magda Peralta, safety & security manager da empresa.
É em Alenquer que está localizada a nova plataforma logística da STEF Portugal, inaugurada em Março deste ano. A organização estabeleceu-se em Portugal em 1995. Hoje tem cinco plataformas no país e cinco dos seus parceiros de logística, mais de 200 veículos ao serviço e 540 colaboradores, os quais garantem a entrega de 650.000 toneladas de produtos por ano, numa operação 24/7.
Fabrice Carré, director-geral da empresa desde Setembro de 2019, explica à Security Magazine que ao longo dos últimos anos a STEF tem tido “uma melhoria significativa em termos de crescimento”, sendo que em 2012 “teve uma progressão grande em termos de actividades”. Nos últimos anos, “tem tido uma estabilização nessa progressão”. Hoje assume-se como uma das mais importantes empresas de logística e transporte em Portugal.
Face à dimensão e dinâmica da sua actividade, centrada fortemente na logística a temperatura controlada (-25ºC a +15ºC) de produtos agro-alimentares, a STEF “tem tido uma aposta grande em termos de segurança, reforçando com um sistema que inclui procedimentos, instruções e directivas de segurança”, refere. Esta área “tem tido uma envolvência dos diversos países do grupo, com directivas de França, efectuando bimensalmente uma reunião de responsáveis de SST”.
É com entusiasmo, respeito, rigor e performance que a equipa da STEF encara a sua actividade. A operação é dedicada, sobretudo, à logística de produtos agro-alimentares, os quais exigem rigorosos procedimentos e controlos ao longo da sua cadeia logística e de distribuição.
Como afirma o responsável, “a nossa missão é prestar aos nossos clientes um serviço de qualidade, transportando produtos alimentares desde as suas zonas de produção até às zonas de consumo, garantindo as melhores condições de segurança alimentar, prazos de entrega e qualidade”.
Tal tarefa só é possível “com o respeito a vários compromissos”, bem como “a garantia da segurança alimentar, melhoria do serviço prestado, investimento de forma contínua, promoção e difusão de uma cultura de qualidade e segurança no trabalho e promoção do desenvolvimento pessoal e profissional das mulheres e homens do grupo”, refere.
A empresa é responsável pela manutenção de toda a cadeia de frio, desde o controlo do cliente até a entrega final dos produtos, com auditorias periódicas de processos, funcionários formados e consciência sobre a segurança alimentar.
Carlos Figueiredo, head of legal & HR director, explica que a maioria dos trabalhadores da empresa são efectivos e estão afectos à actividade diária de logística (armazenagem, preparação de encomendas, carga e descarga de viaturas, entre outras). “80% dos nossos trabalhadores estão nas plataformas”, refere. O responsável destaca a proximidade do management aos trabalhadores, existindo uma “organização muito lean” a esse nível.
Em Maio deste ano, a STEF Portugal deu mais um passo ao nível da sua segurança, tendo “conseguido a implementação da IFS, em todos os sites da empresa, sendo uma das únicas na área de logística a ter conseguido este feito”, avança o director-geral da empresa. Outra grande aposta este ano, é “a implementação de um projecto de desenvolvimento duável, sendo a sustentabilidade, uma área que pretendemos desenvolver cada vez mais, com medidas concretas de ajuda ao meio ambiente”, aponta.
Foco na segurança
Com uma preocupação crescente em matéria de segurança, a STEF Portugal decidiu no segundo semestre de 2020, implementar um departamento interno de SST, o qual é liderado por Magda Peralta. A pandemia, “veio ajudar-nos a organizar e a colocar melhores práticas para minimização do risco, tanto internamente como junto dos nossos clientes”, aponta a safety & security manager da empresa. Com o novo departamento, a direcção da STEF acredita que “esta nova medida minimizará potenciais riscos”.
Para o seu director-geral, “é aposta da direcção da STEF Portugal, o desenvolvimento de um departamento na área de SST, sendo a saúde e segurança uma prioridade para a STEF”. Esta implementação surge no sentido de “ter equipamentos mantidos em boas condições, minimizar o risco de acidentes e oferecer aos nossos colaboradores boas condições de trabalho”.
Esta nova aposta, como refere, “não é norma habitual nas áreas de logística”. O responsável deixa claro que “é importante desenvolver uma cultura de segurança para poder chegar a todos, internos e externos, organizando procedimentos e documentação SST e aumentando a formação”.
Entre 2020 e 2021, a STEF Portugal já investiu um milhão de euros no departamento de segurança e saúde no trabalho, o qual reporta funcionalmente ao mais alto nível na estrutura. O investimento de mais de 380 mil euros em 2020 incidiu em um novo gabinete em vidro, estantarias, protecções metálicas, portas-rápidas, torniquetes de acesso, foles de estanquicidade, protecção de estrutura e barreira de saída para veículos pesados, entre outros. Já para 2021, com um investimento de mais de 640.000 euros, a empresa aposta no reforço da detecção, escadas, portas, leds, upgrade do sistema de CCTV, sistema de verificação de matrículas, CCTV nas delegações regionais, investimento em montacargas e reforço da iluminação, entre outros.
Simultaneamente, ao longo dos últimos meses, melhorou e tornou as áreas prioritárias mais fiáveis, apostou na formação e a equipa foi “para o terreno para compreender melhor o nosso pessoal”. Com estas estratégias, reduziu o absentismo, melhorou indicadores de SST e reduziu acidentes.
“Desde Outubro de 2020, efectuamos uma série de práticas que visam minimizar riscos potenciais, tais como, a colocação de um técnico de SST por site (Açucena Lourenço e Dulce Antunes), inspecções diárias de SST, implementação programa 5S’s, maior envolvimento da equipa de medicina do trabalho (visitas as plataformas), consulta aos trabalhadores, testes COVID disponíveis para todos os trabalhadores, melhoria nos procedimentos de trabalho e actualização análise de riscos”, retrata Magda Peralta.
A empresa apostou também num programa de ginástica laboral, colocação LCD’s e Formação on Job. Para aumentar a cultura de segurança, houve ainda uma aposta em reuniões periódicas de segurança internas e do grupo, aumentando a comunicação, informação e sensibilização de segurança, através de diálogos. A empresa pretende investir mais na área de ergonomia apostando num protocolo com a FMH – Universidade de Lisboa, Centro de Investigação em arquitectura, urbanismo, design e ergonomia, osteopata (prevenção LMERT), nutricionista.
Magda Peralta explica ainda que foi realizada “uma alteração nas análises de riscos, reforçada as infra-estruturas, sendo que uma das medidas mais notórias é adas inspecções diárias, as quais visam identificar problemas e minimizá-los ao máximo”. Simultaneamente, destaca o aumento da comunicação com os funcionários, parceiros e entidades. A empresa apostou ainda na área social e pretende em breve implementar um projecto de incentivo social, o qual tem como objectivo ajudar nas necessidades mais básicas.
Ao nível dos desafios, Magda Peralta explica que a maior preocupação reside ao nível da movimentação de cargas. “Os nossos acidentes estão muito bem caracterizados e estão sempre relacionados com movimentação de cargas”, diz. Por isso, a empresa tem apostado no reforço da formação, bem como na aposta em equipamentos de movimentação de cargas mais ergonómicos, destacando-se a parceria nesta área com a Toyota. Outra preocupação, tem sido ao nível dos cais de carga e descarga, os quais já contam actualmente com um procedimento de entrega de chaves do motorista do veículo ao funcionário da empresa, evitando a sua movimentação durante o processo de carga e descarga e consequentes quedas no cais.
Segurança é de todos e para todos
A aposta no reforço da cultura de segurança é para manter. Nas palavras de Fabrice Carré, é importante promover “um bom relacionamento e trabalho com a comissão e representantes de segurança”, os quais “têm sido uma parte importante para o bom desenvolvimento das várias medidas, com reuniões e sugestões, contribuindo para o aumento da cultura que pretendemos”. Como sublinha, “um clima organizacional agradável, com um ambiente seguro, é muito importante para promover uma boa gestão de riscos e redução de custos com acidentes”.
O nível de cultura de segurança cresce a cada dia na empresa. “Todos os dias estamos a fazer progressos positivos em Portugal e “estou firmemente convicto de que muito rapidamente iremos cumprir os padrões de excelência, graças ao trabalho de todas as equipas”. Como remata, “a segurança é um tema que não pertence somente à direcção ou ao departamento de SST”. A segurança “é de todos e para todos e queremos que todos estejam focados nessa área – directores, chefias, funcionários -, e que todos possamos trabalhar em conjunto para aumentar a nossa cultura”. Fabrice Carré não tem dúvidas em afirmar que na STEF “a segurança não é negociável, ou seja, é uma prioridade absoluta e para manter”.
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