“O maior desafio da cibersegurança é garantir resiliência”

Cibersegurança e InfoSec Notícias

Na HP, a segurança é levada muito a sério. Miguel Souto, partner business manager, conta à Security Magazine que a empresa lançou recentemente no mercado novas soluções de segurança, que fornecem respostas a muitos dos desafios trazidos por a actual transformação. O responsável acredita que iremos assistir a um “incremento mundial de leis sobre os dados pessoais e privacidade”. Além disso, destaca que o factor risco de cibersegurança, “começará a ser um factor de análise na procura e avaliação de oportunidades por investidores”.

Security Magazine – Como considera que evoluíram as preocupações das empresas nacionais relativamente aos temas da cibersegurança?

Miguel Souto – Monitorizando o incremento do cibercrime, diria ser expectável essa preocupação já estar bem enraizada em todas as empresas, mas infelizmente nem sempre o sentimos assim.

Na nossa área de negócio em específico (computadores pessoais e impressoras), continua a ser uma surpresa o vazio a que se assiste na colocação destas necessidades / exigências nos critérios de compra.

Qualquer computador é um moderno dispositivo de IoT, com avançadas capacidades de captura, processamento, armazenamento e distribuição de dados. Muitos destes dados podem ser sensíveis ou mesmo confidenciais, e alguns podem até estar regulados por leis.

Estima-se que mais de 70% dos incidentes em cibersegurança tenham origem em algum tipo de endpoint. Pela transformação nas formas de trabalho, o computador pessoal é o primeiro e o último elo de defesa, qualquer decisão de compra deve ser também uma decisão de segurança.

Na sua perspectiva, quais os grandes desafios ao nível da cibersegurança que esta sociedade hiperconectada traz às organizações em Portugal e no mundo?

O trabalho híbrido cria uma superfície de ataque enorme e os próprios utilizadores também alteraram os seus comportamentos de trabalho na pandemia.

Num estudo recente da HP concluímos que estão a correr mais riscos comparado com o ambiente de escritório tradicional. 30% dos inquiridos disse permitir que alguém em sua casa usasse com frequência o seu PC empresarial para outras tarefas, isto apesar de estar referenciado nas políticas da empresa para não o fazerem.

Os responsáveis de cibersegurança devem rever toda a política de trabalho remoto, criar uma visão holística de riscos, melhorar as respostas a incidentes e apostar na modernização das suas estruturas com logicas mais descentralizadas de defesa e recuperação.

Neste novo contexto de transformação profunda em que tudo está digitalizado e conectado,  o maior desafio da cibersegurança é garantir resiliência.

Quais são, no seu ponto de vista, as grandes tendências que marcarão o próximo ano o mercado da cibersegurança?

Vamos assistir a um incremento mundial de leis sobre os dados pessoais e privacidade, o que começou na Europa com o GDPR claramente serviu de ignição a muitos países e regiões.

Também o factor risco da cibersegurança, começara a ser um factor de análise na procura e avaliação de oportunidades por investidores.

O desenvolvimento de uma cultura e de formas de trabalho resilientes. A pandemia provou que a resiliência é continuidade do negócio e da própria sociedade, amanhã pode ser um ciberataque ou um evento climático.

No plano da tecnologia, assistimos a uma tendência de descentralizar a visão da segurança do escritório para o colaborador.

Como avaliam 2020 na vossa organização em termos de crescimento em Portugal e como perspectivam o próximo ano? Que novidades estão previstas para o mercado nacional em matéria de investimentos e novos serviços/produtos?

O 2020 foi um ano bastante positivo e perspectivamos o mesmo para este ano.

Lançamos recentemente no mercado as novas soluções de segurança HP The Wolf Security, que fornecem respostas a muitos dos desafios desta transformação.

Incluímos sistemas de hardware integrados nos equipamentos que fornecem camadas de defesa adicionais contra a maioria dos ataques, garantindo a detecção, protecção e se necessário recuperação de processos e atÉ mesmo o reimage do próprio computador.

Estamos a apostar em sistemas de protegem os equipamentos a nível do seu core, o firmware e bios do próprio dispositivo. Este vector de ataque está em crescimento, e, pode ser bastante perigoso, uma vez que os sistemas de defesa tracionais não operaram neste nível.

Adicionamos sistemas de defesa contra malwares baseados em inteligência artificial, com o uso de Deep Learning estas soluções revelam-se bastante eficientes no combate a malwares Zero Day.

Todos os nossos produtos, são cada vez mais construídos com o conceito Design for Manageability, quer isto dizer que têm elevadas capacidades remotas de gestão de tarefas do ciclo de vida.

Também este ano, lançamos o novo programa de parceiros HP AMPLIFY, e neste programa introduzimos uma especialização de segurança de endpoint. É uma clara aposta na formação e investimento nos nossos parceiros, para que eles possam apoiar os clientes a estarem mais seguros.

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