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“Administração pública requer soluções de segurança integral”

Cibersegurança e InfoSec Notícias

A elevada capacidade analítica que proporciona o big data, a revolução da inteligência artificial, as oportunidades que proporciona a realidade digital, a necessária e imprescindível cibersegurança ou o prometedor blockchaim constituem, na opinião da Minsait, uma empresa da Indra, a base do processo inovador com que se está a deparar a administração pública para melhorar a prestação dos seus serviços e a qualidade de vida dos cidadãos.

O relatório que a empresa acaba de apresentar “Inovação Pública: As tecnologias disruptivas que vão transformar a Administração Pública”, analisa as possibilidades de aplicação e benefícios destas tecnologias disruptivas, que já estão a ter impacto nos atuais modelos de negócio e na forma como a administração pública vai ter que prestar os seus serviços à sociedadade.

Para a Minsait, a inovação dos serviços públicos depende da vontade e motivação dos governantes, que devem optar por soluções digitais que contribuam para aumentar a equidade da sociedade e criem confiança graças à transparência das suas políticas públicas. Como tal uma escolha correcta dos investimentos dos governos em tecnologias disruptivas, nos próximos anos, é um factor-chave para o bem-estar no futuro.

“Estamos num momento de profunda mudança da economia e da sociedade, onde passámos de um ambiente onde primava o físico para outro onde prima o digital e onde a Administração pública deve dar uma resposta completa aos desafios e oportunidades com que se depara num contexto de acelerada mudança”, refere a Minsait.

Prever as necessidades
No âmbito do big data, os novos modelos e métodos algorítmicos como a analítica preditiva e prescritiva vão permitir criar cenários para a definição das melhores políticas públicas em sectores como a saúde, a justiça, a educação ou no combate à fraude.

A analítica preditiva utiliza dados históricos para identificar padrões e tendências que ajudem a antecipar o que pode acontecer no futuro. Permite, por exemplo, identificar padrões de consumo para prever a procura e poupar na água para rega em zonas de escassez, detetar possíveis ameaças na saúde com uma antecedência de 24 horas, calcular as probabilidades de que um delito se verifique em determinadas localizações ou diagnosticar que empresas são mais propensas a evadir o pagamento de impostos.

Por sua vez, a analítica prescritiva está um passo mais à frente, pois para além de conseguir prever consequências, também pode recomendar o melhor caminho para qualquer consequência pré-estabelecida.

Assim, por exemplo, a combinação de dados demográficos, socioculturais, económicos ou de saúde permitem adaptar políticas de apoio às instituições ou encaminhar ajudas públicas, para além de saber as necessidades laborais do futuro e criar políticas para incentivar e formar os estudantes nas habilitações que se requerem.

Melhores serviços e redução de riscos
De acordo com o estudo, a inteligência artificial irá complementar o trabalho dos funcionários públicos e ajudará a prestar serviços de maior valor acrescentado e a criar uma cidade mais segura.

Graças às tecnologias de machine learning, as plataformas de conversa ou chatbots permitem dar resposta, de forma imediata e em qualquer momento, à procura de informação por parte dos cidadãos que, de outro modo, poderiam levar a inúmeros contactos com os serviços da administração pública. No sector da educação, por exemplo, poderão permitir aos estudantes a consulta de livros e documentação da biblioteca ou esclarecer alguma dúvida sobre as aulas.

Os sistemas de reconhecimento automático e leitura inteligente de documentos permitem aumentar o valor acrescentado dos funcionários públicos afastando-os de funções de rotina e reduzindo o tempo de resolução dos processos ou a facilitar a análise de processos mais complexos propondo páginas ou parágrafos de interesse e detectando eventuais incongruências.

Por sua vez a visão artificial pode facilitar e agilizar a manutenção dos transportes públicos ou a recolha de resíduos, melhorar a capacidade das câmaras municipais para detectar o mau estado de uma calçada ou optimizar a iluminação pública em vias com pouco movimento.

Por último, os drones também irão beneficiar da inteligência artificial para a prevenção ou mitigação de incêndios ou para uma manutenção mais segura e económica das infraestruturas.

Combate mais eficaz contra a ciberdelinquência
A administração pública requer soluções de segurança integral que permitam proteger a identidade digital e os dados num mundo híper-conectado onde o cibercrime tem um impacto global de cerca de 1% do PIB mundial.

Tanto as empresas como a administração pública devem formar os seus profissionais utilizando plataformas que permitam praticar e testar em ambientes controlados para que estes saibam actuar perante um eventual ciberataque e avaliar se as soluções de segurança que se estão a aplicar são suficientes.

Por outro lado, a biometria está prestes a converter-se no método de identificação mais usado no futuro por poder associar-se a um individuo concreto, é cómoda porque não é preciso saber códigos ou certificados e altamente resistente às fraudes. Permite, entre outras coisas, agilizar e tornar mais seguro o controlo de fronteiras ou garantir que uma mesma pessoa não possa estar a receber a mesma ajuda pública e duplicado.

O relatório também faz alusão à necessidade de investir na consciencialização social para que os utilizadores tenham informação suficiente e utilizem os dispositivos com acesso a uma rede, de forma segura.

Transações mais transparentes e seguras
De acordo com o estudo da Minsait, a utilização de tecnologias assentes em blockchaim permitirá otimizar a forma como a Administração Publica se relaciona com os cidadãos e empresas. Trás grandes benefícios, tais como dotar os serviços de uma maior transparência e segurança, reduzir os custos das transações e promover uma participação mais ativa nas decisões das autoridades garantindo a identidade digital e o anonimato.

Entre as suas aplicações destaca-se a digitalização dos registos de informação e a sua gestão dentro de uma infraestrutura segura proporcionando ao cidadão a possibilidade de detetar mudanças não autorizadas nos seus registos e convertendo-o no único dono dos seus dados.

Outros exemplos são o estabelecimento da identidade digital soberana, a redução dos prazos e custos das operações de Registo de Propriedade e uma melhoria no controlo dos imóveis, ou a dinamização da economia local através do lançamento da sua própria moeda virtual com a qual os cidadãos e turistas podem obter vantagens ao adquirir bens e serviços nos estabelecimentos comerciais e evitam encargos em duplicado.