Mercado português de cibersegurança cresce 6,71% até 2022

Cibersegurança e InfoSec Notícias

O mercado português de cibersegurança vale 135,97 milhões de euros, ou seja, 0,7% do mercado global da Europa Ocidental, que neste momento tem um valor próximo dos 20 mil milhões de euros.

Segundo um estudo da IDC, consultado pela Security Magazine, o mercado de segurança português cresceu 3,6% em 2018, ficando atrás da região, a qual conheceu um crescimento de 5,7%.

De acordo com o documento, o mercado de segurança da Europa Ocidental terá um crescimento de 7,37% entre 2018 e 2022, com Portugal a crescer um pouco menos (6,71%).

Para a realização deste estudo, a IDC entrevistou 18 players em Portugal e foi conhecer as suas perspectivas sobre o mercado português de segurança. Entre os participantes estão a Altice, Checkpoint, Cilnet, CISCO, Claranet, EY, IBM, Integrity, IP Telecom, Kaspersky Lab, Layer8, Microfocus, Noesis, NOS, Oracle, Panda, S21Sec e Symantec.

De acordo com o documento, no directório IDC 2018 que conta com 403 organizações registadas, 164 relatam que os seus produtos/serviços têm soluções de segurança e privacidade incluídas. Esse número de empresas mostra a importância do tema no mercado, porém, diz a IDC, pode significar que muitas empresas não têm um foco claro na segurança e privacidade e estão mais focadas em serviços de segurança no contexto de serviços gerais de TIC ou na utilização de soluções de terceiros.

Em relação à oferta, o documento aponta que os fornecedores de segurança estão todos os anos mais focados no desenvolvimento das suas soluções de segurança, deixando o canal e serviços para parceiros, os quais podem ser integradores de sistemas e consultoria em TIC, players de telecomunicações ou outros fornecedores de segurança mais orientados para serviços.

Os parceiros estão a desenvolver principalmente ofertas focadas na integração de soluções, agregando alguns serviços de valor acrescentado, principalmente associados a serviços profissionais.

Alguns fornecedores de segurança locais, nomeadamente a Layer8, Integrity e S21Sec, diz o documento, trabalham com parceiros de serviços das empresas globais de segurança, mas também desenvolvem alguns produtos locais, especialmente dedicados ao tamanho e maturidade do mercado.

O documento dá destaque aos produtos na nuvem. A oferta de produtos e serviços de segurança na nuvem já é uma realidade para praticamente todos os fornecedores, diz. Esta situação justifica-se porque os principais fornecedores de segurança foram parcialmente desenvolvidos para esse tipo de solução, forçando os seus clientes a migrar para a nuvem caso pretendam soluções mais sofisticadas na área de segurança.

Neste momento, a segurança na nuvem e da nuvem já é uma realidade e o seu crescimento é uma certeza.

O estudo refere que é consensual que o mercado nacional evoluiu positivamente nos últimos anos e ainda existe margem de crescimento para consciencialização e investimento público e privado.

Os dois principais desafios para os próximos anos passam por manter o nível de atenção e investimento na segurança e privacidade de 2018  e por gerir a escassez de profissionais e competências na área, que limita a procura e a oferta, especialmente na área de serviços.

Em termos mais globais, o estudo lança 10 previsões. Importa salientar que as previsões 1, 5 e 6 terão mais impacto no mercado nacional:

  • Previsão 1: até 2022, a aplicação das leis de PII Personally Identifiable Information afectará severamente pelo menos uma empresa G2000, impondo uma enorme multa e restrição ao comércio, elevando as preocupações de nível C e induzindo a produção de relatórios anuais sobre risco digital.
  • Previsão 2: até 2021, 50% dos alertas de segurança legítimos terão uma resposta automatizada, sem contacto de analistas humanos.
  • Previsão 3: 90% dos clientes de serviços de gestão de segurança adoptarão serviços completos de ameaças até 2024, contra os 50% em 2019.
  • Previsão 4: até 2024, a computação quântica terá evoluído o suficiente para 25% dos estados-nação terem os meios para descriptografar a chave pública de infra-estrutura actual
  • Previsão 5: até 2024, 20% da pessoa digital estará vinculada a uma verificação identidade do governo.
  • Previsão 6: em 2019, existem cerca de 1.400 empresas oferecendo serviços de segurança cibernética ou produtos importantes; até 2023, o número de empresas de cibersegurança cairá quase 40% já a partir de 2019.
  • Previsão 7: até 2021, a procura por gestão de chaves como serviço aumentará em 20%, com ênfase nos serviços de criptografia nativa de fornecedores da nuvem pública.
  • Previsão 8: até 2022, o anonimato só existirá na dark web; 100% daqueles que conduzem actividades comerciais ou sociais serão pseudónimos (identidade protegida, mas disponível mediante ordem judicial) ou identificada.
  • Previsão 9: até 2024, as Nações Unidas endossarão um “bloqueio da Internet” como uma sanção económica contra pelo menos um país ou regime violador.
  • Previsão 10: até 2023, projectos de migração de dados associados à adopção de plataformas de análise de big data solicitarão às equipas de segurança a eliminação de silos e soluções de criptografia e a consolidação de 30% dos gastos com criptografia.