Empresas de vários sectores unem-se no combate à Covid-19

Notícias

À medida que o coronavirus se alastra pelo mundo, são vários os casos de empresas que têm adaptado as suas linhas de produção no sentido de aumentar a disponibilidade de equipamento médico e de protecção individual. Em Portugal surgem diariamente novos exemplos de resiliência, solidariedade e liderança de empresários e das suas equipas.

O Politécnico de Viseu e Leiria desenvolveram, em conjunto com uma rede, dois protótipos de ventiladores. Após o licenciamento, poderão ser fabricados em série. Um empresário do Porto e a Câmara Municipal do Porto desenvolveram um projecto para iniciarem a produção de máscaras de protecção pessoal, do tipo cirúrgico. A Unilabs Portugal abordou a Câmara Municipal do Porto e a Administração de Saúde do Norte no sentido de perceber o interesse das instituições na criação de um local dedicado à colheita de amostras para rastreio da doença, no modelo-piloto Drive Thru em Portugal.

A Super Bock e a Destilaria Levira uniram-se para arrancarem com um projecto de conversão do álcool de cerveja em gel desinfectante. Os dois grupos irão oferecer, numa primeira fase, 14.000 litros de gel desinfectante a três unidades hospitalares da região do Porto.

A Volkswagen Autoeuropa iniciou a sua produção de viseiras com destino ao Hospital São Bernardo, em Setúbal. A Autoeuropa é uma das melhores fábricas do grupo VW em matéria de impressão 3D. Graças a essa competência, há voluntários que continuam a ir para a empresa onde têm produzido viseiras que vão ser entregues ao pessoal médico dos hospitais da região.

A convite da Trofa Saúde Hospital, os grupos Tiffosi e Vilanova envolveram-se também num projecto que visa dar resposta à escassez de máscaras em Portugal.

A Hovione está a colaborar com as autoridades portuguesas e dedicou uma linha de produção na fábrica de Loures para produzir gel desinfectante, fabricado de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde, e vai doá-lo a entidades públicas nacionais, hospitais e outras organizações que dele necessitam.

Uma equipa de investigadores do Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa, liderada por Paulo Peças e Marco Leite, do Departamento de Engenharia Mecânica, desenvolveu e está a produzir, por impressão 3D, viseiras para protecção de infecção por coronavírus. Estas viseiras já foram testadas e validadas por profissionais de saúde.

O grupo têxtil Sonix, com sede em Barcelos, suspendeu parcialmente a produção habitual e começou a produzir máscaras e fardamento para entregar nos principais hospitais do Norte do país.

O Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Universidade de Lisboa criou um kit de diagnóstico ao coronavírus totalmente português, usando reagentes fabricados em Portugal e seguindo a “receita” da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os kits já estão acreditados e, se tudo correr bem, permitirão realizar 1.000 testes de rastreio por dia.

A Science4you vai produzir gel e doar máscaras e óculos. A empresa tem salas de produção e máquinas de enchimento automáticas que podem ser utilizadas no enchimento de gel desinfectante. A empresa consegue ainda que quatro linhas de montagem possam ser usadas para «outras operações» ou para a «produção de materiais que possam ser necessários, como máscaras de protecção ou outros.
pub


Lá fora os exemplos continuam…

Por Espanha, os profissionais do Consórcio da Zona Franca de Barcelona, Seat, HP, o centro tecnológico Leitat (Tecnio) e o Consórcio Sanitário de Terrasa e o Hospital Parc Taulí de Sabadell (Barcelona) desenvolveram o primeiro ventilador industrializável e fabricado em impressoras 3D. E a Inditex colocou à disposição do Governo espanhol toda a sua capacidade logística, de aprovisionamento e de gestão comercial para atender às necessidades urgentes, tanto de material sanitário como têxtil, devido à crise do coronavirus. Na fábrica que a Renault detém em Valladolid, uma equipa de engenheiros com especialização em impressão 3D poderá iniciar o fabrico de 30.000 máscaras de protecção para entrega imediata. Um grupo de engenheiros da empresa de robótica Protofy desenvolveu um protótipo capaz de ser fabricado em casa, mesmo por alguém inexperiente, em apenas quatro horas. A Seat interessou-se pelo projecto e diz-se disponível para produzir, em volume, os ventiladores da iniciativa OxyGEN, mal o dispositivo seja validado nos testes de segurança.

Já em Itália, as gigantes italianas Ferrari e Fiat estão em negociações para impulsionarem a produção da maior empresa de ventiladores italiana. O dispositivo pode salvar vidas e tem tido uma enorme procura em todo o mundo devido à pandemia do coronavirus. As duas empresas, fabricantes de automóveis, disponibilizaram-se para ajudar a Siare Engineering, produtora de ventiladores. O grupo italiano Calzedonia colocou à disposição as suas fábricas para a produção de dez mil máscaras e batas por dia para apoiar as instituições de saúde no combate ao novo coronavírus.

Em França, as marcas de luxo Yves Saint Laurent e a Balenciaga estão também a fabricar máscaras de protecção, como forma de apoio ao combate do novo coronavírus no país.

Nos EUA, a Ford está a apoiar a empresa 3M na produção de novos ventiladores para apoiar no combate ao coronavírus. A fabricante de automóveis norte-americana está a reutilizar um respirador normalmente utilizado em assentos para criar o novo ventilador.

Pela China, a fabricante de automóveis, camiões e empilhadores eléctricos, converteu uma das suas fábricas num gigantesco pólo de produção de máscaras descartáveis e embalagens de gel anti-septico. A empresa fabrica 5 milhões de máscaras por dia e 300.000 embalagens de desinfectante.

Na Alemanha, a Volkswagen está pronta para iniciar o fabrico de novos produtos assim que receber as informações necessárias das autoridades. A empresa tem 125 impressoras 3D industriais, que são habitualmente usadas para fabricar componentes para protótipos automóveis e que podem ser usados nestas novas linhas de produção de ventiladores. A Daimler AG (dona da Mercedes) também confirmou que recebeu um pedido de ajuda das autoridades alemãs e está a analisar o tema.