O “novo” normal ao nível da Segurança e Saúde no trabalho

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Por Sara Alveirinho Martins, Quality, Food Safety and Environmental Manager- Logoplaste Portugal

“Não pretendemos que as coisas mudem, se fazemos sempre o mesmo. A crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar ‘superado’. Quem atribui à crise os seus fracassos e penúria, viola o seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência… Sem crise não há desafios; sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um.” Albert Einstein

Com a chegada do COVID-19 e por conseguinte o lockdown, as pessoas e as organizações tiveram de se reinventar o mais rapidamente possível para que o mundo não ficasse suspenso.

Tal como Einstein acreditava, as crises impulsionam pessoas e rapidamente se formaram equipas multidisciplinares por esse mundo fora para avaliar e criar soluções, em permanente adaptação, consoante as actualizações sobre a pandemia.

Foi necessário fazer uma gestão de risco eficaz e eficiente com base na pouca informação disponível. A tomada de decisões baseou-se em factos existentes à data, alinhadas com a estratégia das organizações, nas vertentes operacional, segurança e continuidade.

A adaptação da industria à nova realidade, levou à necessidade de alterações nos procedimentos sempre com a preocupação de: assegurar a saúde de todos os colaboradores, entregar produtos de acordo com as expectativas dos clientes, maximizar o nível de satisfação dos clientes e das equipas, manter a confiança das partes interessadas, assegurar a capacidade de resposta imediata para incidentes de segurança, compreender o que é efectivamente critico para o negócio e quais as suas dependências, assegurar a continuidade do negócio numa situação adversa como a pandemia e assegurar a conformidade legal, regulatória e contratual.

Assim, após a análise de risco associado a uma pandemia, foi necessário adaptar os procedimentos para assegurar a continuidade da operação tais como: proteger as equipas com novos EPI´s, criar equipas espelho, integrar novas ações no código de boas práticas de higiene pessoal e das instalações, integrar o Covid-19 nas decisões ambientais e sociais, avaliar a cadeia de fornecimento de matérias-primas tendo em conta o aumento do risco de fraude e tomar medidas efectivas como reforçar a cultura global de Segurança, assegurar o fornecimento de produtos seguros, provisionar assistência médica se necessário às equipas e manter um ambiente salubre em toda a cadeia de abastecimento.

A investigação, em matéria de segurança e saúde no trabalho, é importante a fim de assegurar que todos os aspetos do trabalho sejam efetivamente integrados na aplicação de medidas de controlo e prevenção de riscos, procurando eliminar ou reduzir os riscos profissionais e assim evitar os acidentes de trabalho, doenças profissionais e actualmente, doença por pandemia que pode levar à rutura da operação.

 Foi necessária a alteração do paradigma das análises de risco, orientadas apenas por exigência legal ou regulamentar, para um paradigma de maior prioridade, orientado ao risco efectivo e ao potencial dano, com uma percepção de probabilidade de ocorrência diferente do já anteriormente conhecido. No agora denominado “novo” normal é necessário preparar, sensibilizar e capacitar a organização e as pessoas para uma resposta adequada ao evento adverso seguinte.

Focar no futuro. A segurança é um factor determinante para o sucesso da operação global e é necessário aprimorar práticas de gestão de risco, gestão da segurança e boas práticas de produção e criar soluções que apresentem resultados imediatos e efectivos para assegurar a continuidade da organização na próxima epidemia.

Deixo-vos com o novo conceito de 2020…em diante? Quem sabe…