“A pandemia trouxe impactos notórios à estratégia de gestão de risco”

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Nuno Mendes, CEO da Whitehat, refere à Security Magazine que os gestores nacionais têm procurado “estar mais conscientes dos riscos de segurança”, contudo, diz, “é notório que ainda existe um longo caminho a percorrer, em especial no mercado das PME”.

Security Magazine – De que forma tem evoluído a percepção do ciber risco por parte das empresas em Portugal?

Os desafios de segurança têm aumentado com o célere processo de transformação digital. Com o decorrer dos anos os gestores nacionais têm procurado estar mais conscientes dos riscos de segurança que as suas empresas e negócio estão sujeitas, contudo é notório que ainda existe um longo caminho a percorrer, em especial no mercado das pequenas e médias empresas.

A falta de visão por parte dos gestores, neste capítulo tão sensível, tem contribuído para o aumento do número de incidentes e em grande parte dos casos o prejuízo moral e financeiro é enorme. É crucial que as empresas procurem profissionais especializados e soluções tecnológicas adequadas à actividade, de forma a protegerem o seu negócio e não comprometerem a sua competitividade.  

Quais são as principais motivações de compra por parte dos clientes ao nível de produtos/soluções de cibersegurança?

As principais motivações de compra de soluções de cibersegurança estão relacionadas com a proteção dos sistemas, contra ransomware, malware ou ataques de rede. Ainda assim, existem múltiplas camadas de segurança para as quais as empresas não estão sensibilizadas ou têm dificuldade em valorizar o retorno, nomeadamente em tecnologias como: UTM (Unified Threat Management), DLP (Data Loss Prevention), Backup e Disaster Recovery, Two-Factor Authentication ou Encriptação.

Considera que a actual pandemia trouxe impactos à estratégia de gestão de risco das empresas? Que aprendizagens podem retirar empresários e profissionais desta situação?

Sim, creio que a pandemia trouxe impactos notórios à estratégia de gestão de risco das organizações. A urgência em adoptar processos de trabalho exclusivamente digitais e remotos levou a um aumento do ciber-risco global, mesmo nas organizações que já tinham uma estratégia de risco definida.

A maior aprendizagem é que os negócios podem, em certa medida, ser realizados remotamente, mas que existem novos vectores de risco que devem ser considerados na estratégia de segurança de cada organização.

Neste novo paradigma, é fundamental que os decisores sejam devidamente aconselhados e ajam rapidamente no sentido de identificarem os novos vectores de risco, encarando a tecnologia de segurança necessária como um investimento.