Em 2019, 34% dos incidentes de cibersegurança registados pelo CERT.PT (equipa de resposta a incidentes) ocorreram no âmbito da Administração Pública. Até Outubro de 2020, este valor mantém-se nos 33%, embora o número global de incidentes tenha aumentado.
O tipo de incidente mais frequente no âmbito em causa é, neste período, a infecção por malware (20% dos incidentes); o compromisso de conta não privilegiada (15%); e o acesso não autorizado (10%). O phishing está a perder importância relativa, comparando com 2019, embora continue a ser uma ameaça relevante.
Segundo o Inquérito à Utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação (IUTIC) na Administração Pública Central, Regional e Câmaras Municipais, da Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, 17% dos organismos da Administração Pública Central tiveram, em 2019, problemas devidos a incidentes de segurança relacionados com as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) (+1 pp do que em 2018), sendo que o problema mais comum, presente em 63% destas entidades, é a indisponibilidade de serviços TIC, devido a ataques externos (+23 pp do que em 2018).
Entre as Câmaras Municipais, em 2019, 15% das entidades sofreram problemas devidos a incidentes de segurança relacionados com as TIC (+4 pp do que em 2018).
A indisponibilidade de serviços TIC, devido a ataques externos, também é o tipo de problema mais frequente entre as Câmaras Municipais, com 62% a referi-lo (+29 pp do que em 2018).
1O segundo tipo de problema mais comum causado por incidentes de segurança das TIC é a destruição ou corrupção de dados devido a ataque ou incidentes inesperados, presente em 24% dos organismos da Administração Pública Central (-9 pp do que em 2018) e em 47% das Câmaras Municipais (+8 pp do que em 2018).
Por fim, os incidentes de segurança também causam a divulgação de dados, devido a ataques de intrusão (ex. pharming ou phishing), mas em menor percentagem, ainda que em crescimento.
Na Administração Pública Central, este problema afectou 20% das entidades (+12 pp do que em 2018) e, nas Câmaras Municipais, 17% (+14 pp do que em 2018).