Projecto MODCOMP chega ao fim com apoio do INEGI

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O projecto MODCOMP – Modified Cost Effective Fibre Based Structures with Improved Multi-Functionality and Performance chegou ao fim, e, segundo o INEGI, deixa uma importante contribuição no campo das soluções de engenharia para o desenvolvimento de materiais compósitos com características inovadoras: elevada resistência à delaminação, e multifuncionalidade melhorada, com especial foco nas condutividades elétrica e térmica.

Entre os produtos que incorporam os materiais desenvolvidos considerados mais promissores – tecido de fibra de carbono e polímero, ambos modificados com diferentes nanomateriais – destaca-se um barco à vela, um abrigo de emergência,  e uma garagem móvel desenvolvidos pela AP&M e GlobalSafeGuard em colaboração com o INEGI e os outros membros do consórcio, bem como um componente para aplicação aeronáutica, resultado de trabalho colaborativo entre a AERnnova e o INEGI.

Foram mais de quatro anos de projecto, no qual o INEGI participou ao lado de 17 parceiros de 10 países europeus, para criar novas estratégias de modificação de compósitos reforçados com fibra contínua de carbono (CFRP) com nanomateriais. 

O INEGI “teve um papel activo nos resultados alcançados, sendo exemplo disso o novo material compósito desenvolvido pela equipa do Instituto, um pré-impregnado reforçado em diferentes escalas”, refere.

Multifuncional e com propriedades mecânicas melhoradas, o compósito foi criado “através da incorporação de nanomateriais de carbono, com diferentes dimensionalidades e geometrias (tubulares e lamelares), em polímeros termoendurecíveis. Isto permitiu alcançar excelentes efeitos sinergéticos”, explica Raquel Santos, responsável pelo projecto no INEGI.


Os polímeros reforçados são materiais versáteis, com diversas aplicações, desde turbinas eólicas, e até satélites. Têm, no entanto, condutividade, resistência ao impacto e tenacidade à fratura interlaminar inferior aos requisitos necessários para aplicações exigentes, nomeadamente nos setores da aeronáutica, energia, defesa, e no espaço. Porém, com a técnica utilizada pelo INEGI, observaram-se melhorias significativas no desempenho mecânico e elétrico, e na durabilidade do material.

Liderado pela Universidade Técnica Nacional de Atenas (NTUA), o consórcio teve como objectivo criar soluções estruturais para produtos técnicos e assim acrescentar valor a diversos sectores industriais.

“Conjugar elevado desempenho, funcionalidade, segurança e um custo acessível tem sido um desafio para a ciência e engenharia de materiais”, afirma Raquel Santos.

Na reta final da iniciativa, os parceiros empresariais Anthony, Patrick & Murta Exportação e GlobalSafeGuard testaram os demonstradores em condições reais para avaliar a sua futura industrialização.