A cibersegurança tem vindo a ganhar um papel de relevo na agenda económica e é neste cenário que decorre o Cdays 2022, conferência anual organizada pelo Centro Nacional de Cibersegurança, que a Security Magazine está a acompanhar.
“Tivemos no início deste ano um conjunto de ataques bem sucedidos com impacto relevante na nossa sociedade a empresas de media, hospitais e telecomunicações, o que trouxe a cibersegurança para a agenda mediática” disse Lino Santos, coordenador do CNCS, no arranque do evento, ontem, no Estoril.
O responsável destacou a situação da Ucrânia que trouxe uma preocupação acrescida com um novo conjunto de ameaças e a sua complexidades. “Vimos o renascer este ano de uma ameaça hacktivista a coberto de narrativas p´ro-Ucrânia ou pro-Russia a actuar em Portugal e que nos preocupa”, sublinhou.
O número de incidentes aumentou. “Tivemos um aumento de 26% de número de incidentes tratados em 2021 relativamente a 2020 e é uma tendência crescente desde que o centro foi criado”, disse.
O responsável destacou a existência de uma maior densidade digital, ou seja, uma maior utilização de serviço de correio electrónico e maior digitalização das empresas. “Temos um quadro de ameaças mais complexo e um défice de competências – temos dificuldade a lidar de forma segura com este progresso tecnológico”.
Lino Santos destacou o conceito de “vulnerabilidade societal”, sendo que a cibersegurança existe para corrigir essa vulnerabilidade, ou seja, a diferença entre o nível de progresso tecnológico e a capacidade da sociedade para lidar com a segurança e novas tecnologias. Para tal, é importante por um lado regular e, por outro, desenvolver competências.
O coordenador do CNCS sublinhou ainda a necessidade de foco na mitigação e prevenção de impactos negativos. “Temos de deixar de usar o argumento dos bons e dos maus usos, que já sabemos. O que interessa é focarmo-nos nos impactos e trabalharmos para prevenir esses impactos e tirarmos proveito dos impactos positivos da tecnologia”.
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