Esqueça o cliché de uma figura solitária com um capuz, debruçada sobre um teclado numa sala escura, a digitar linhas de código. É uma imagem que já não reflecte com exactidão o panorama actual da cibercriminalidade, em que os criminosos operam como sindicatos empresariais transfronteiriços.
A nona Avaliação da Ameaça da Criminalidade Organizada na Internet (IOCTA) da Europol, cujo primeiro módulo é publicado hoje, analisa em profundidade o ecossistema criminoso online, examinando os principais intervenientes, os seus vectores de ataque e as suas vítimas.
O cibercrime tornou-se um grande negócio, com toda uma economia ilícita criada para o apoiar com fornecedores de serviços, recrutadores e serviços financeiros.
Este facto torna a investigação de ciberataques cada vez mais difícil para as autoridades policiais, com múltiplos intervenientes especializados a trabalhar em partes do processo criminal a partir de todos os cantos do mundo.
O objetivo do IOCTA da Europol é proporcionar uma compreensão da cibercriminalidade moderna, a fim de dotar as autoridades policiais dos conhecimentos necessários para a combater.
A cibercriminalidade, nas suas várias formas, representa uma ameaça crescente para a UE. Os ciberataques, exploração sexual de crianças online e fraudes são crimes altamente complexos e manifestam-se em diversas tipologias. Os infractores continuam a demonstrar um elevado grau de adaptabilidade às novas tecnologias e à evolução da sociedade, ao mesmo tempo que reforçam constantemente a cooperação e a especialização.
Os cibercrimes têm um vasto alcance e causam graves danos aos indivíduos, às organizações públicas e privadas e à economia da UE.