Resposta a Emergências em Unidades Industriais

Notícias Opinião

No passado dia 4 de fevereiro, cerca das 22h no Complexo Siderúrgico da Atlantic Copper, junto da cidade de Huelva, desencadeou-se um incêndio de proporções significativas e elevado potencial. Conforme noticiado, este incêndio foi rapidamente controlado e posteriormente extinto pela brigada interna de emergência da Atlantic Copper.

Como é normal, serão efectuadas as respectivas investigações de onde serão apuradas as causas e muito mais.

Esta ocorrência com um final exitoso vem demonstrar a importância da existência de brigadas internas de emergência (BE) nas instalações industriais de risco.

No entanto, mais importante do que a sua existência é a sua capacidade de resposta e competência de intervenção. Esta só é possível com a disponibilidade de meios técnicos, formação e treino dos seus efectivos.

Neste caso, ficou bem evidenciado que um atraso na resposta ao incêndio poderia resultar em danos incalculáveis e vítimas no complexo como nas instalações industriais envolventes e instalações portuárias. Este atraso só não se verificou porque na siderurgia da Atlantic Copper existe efectivamente uma BE.

De contrário, a dependência a 100% dos bombeiros locais iria atrasar a resposta ao incêndio e possivelmente a inviabilizar o seu controlo e confinamento.

Não poderemos esquecer ainda, as questões ambientais e possibilidade de os ventos transportarem para a áreas urbanas de Huelva gases e partículas.
Normalmente, muitas indústrias descoram a existência de BE, com justificação da existência de bombeiros nas proximidades. Em alguns casos existem nos planos de emergência/autoprotecção a referência a BE sem que efectivamente estas existam.

Em algumas investigações e auditorias é possível identificar diversas debilidades que originam falta de resposta interna e respostas deficientes a acidentes, nomeadamente a incêndios.

O evento de Huelva teve um final positivo, muitos são os exemplos negativos que conhecemos…

Para além do já referido, na generalidade olha-se para as “dores de barriga” internas, ou seja, se ocorrer algo na minha instalação tenho o apoio externo dos bombeiros, INEM e outros. No caso de acidentes em mais de uma instalação ou catástrofe “dor de barriga geral”. A resposta só será possível se existirem BE em especial nas instalações de risco.

A realização de auditorias externas independentes, por especialistas experientes, sobre a organização interna de resposta a emergências dará aos responsáveis das empesas e instalações uma visão real da sua situação e sua instalação e apontará soluções para as necessidades e problemas identificados.

Por Armando Pereira Especialista em Segurança e Emergências Industriais Professor Convidado da Pós-Graduação em Gestão e Direcção de Segurança Coordenador do Comité Ibérico de Resgate Mineiro