Onboard Safety Conference decorreu em Palmela

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Os parques eólicos podem ser instalados em terra – onshore – ou no mar – offshore. A energia eólica offshore é uma fonte de energia limpa e renovável, obtida através do aproveitamento da força do vento que sopra em alto-mar, onde este alcança uma velocidade maior e mais constante, devido à inexistência de barreiras

É necessário fazer a transição energética para fontes de energias renováveis e Portugal tem muito potencial para desenvolver a produção de energia proveniente de produção eólica offshore.

A complexidade na instalações deste tipo de equipamentos é elevada. No mar, os custos de construção são também muito mais elevados do que em terra, no entanto, como o vento é mais forte e estável, o potencial de geração de energia também é maior. Um aerogerador contempla uma estrutura enorme, sendo que a pá de um reactor pode ter no mínimo 30 metros de diâmetro e no máximo 230m.

A energia eólica é vista como uma das mais promissoras fontes de energia limpa, com uma presença global e inesgotável. É neste momento, de crescimento e expansão do mercado, que a Everlux Maritime e a Cedros organizaram a conferência Onboard Safety Conference, na passada semana, em Palmela.

À margem do evento, Tiago Pedrosa, da Everlux, destacou o sucesso do evento para o sector. “Esta conferência é importante na medida que promove o debate, actualiza o ponto de situação a todos os profissionais interessados e público”. O responsável salientou a presença de responsáveis da Direção Geral de Energia e Geologia e APREN que explicaram a situação dos leilões dos parques eólicos desenvolvidos ao longo da costa portuguesa. “Em 2030, o plano passa por termos 10 Gigawatts de produção de energia eólica. No entanto, o processo dos leilões não estava a avançar”. Durante o evento ficamos a conhecer-se qual o ponto de situação actual. Como apontou, talvez a produção de 10 Gigawatts de produção seja um objectivo “difícil de alcançar e demasiado ambicioso, mas existe um plano de contingência”. Ao longo de evento foi discutido o que o país necessita de fazer ao nível das entidades e tecido económico para capitalizar neste novo mercado emergente, cujo grande crescimento é esperado nos próximos anos. Foi ainda analisado ao nível micro-económico o que as empresas deverão preparar-se para responder a este mercado.

Para o responsável da Everlux, esta “conferência é bastante importante” devido à abordagem do tema da segurança, nomeadamente ao nível da instalação e manutenção dos parques eólicos e das suas estruturas. “Um dos problemas actuais é que não existe regulamentação específica para a construção, operação e manutenção destas infra-estruturas e é vital e essencial garantir que o investimento realizado terá o retorno esperado, ao longo do ciclo de vida das infra-estruturas, e é essencial salvaguardar a vida humana no mar dos técnicos que irão operar estas infra-estruturas e fazer a sua manutenção”.

Luís Coelho, da Cedros, esclareceu que a iniciativa é importante e pioneira no país, sendo o tema emergente. “Conseguimos juntar uma grande variedade de players no mercado, bem como fabricantes, consultores, reguladores, administradores de portos, auditores, entre outros”. O responsável explica que a Cedros tem apostado fortemente nesta área, nomeadamente ao nível do investimento nas suas instalações e oferta formativa. “Esta mão de obra nesta área é muito critica, demora a formar, é difícil de recrutar e reter. Se não acautelarmos uma boa formação, as pessoas acabam por ir para os mercados e ir embora”. Neste sentido, é essencial formar as recursos humanos no sentido de ganharem competências na área de concepção, construção, operação e manutenção nesta área de negócio.

Constituída por três grandes conferências, focadas em temas pertinentes e actuais, que vão ao encontro da Estratégia Nacional para o Mar 2021-2030, a Onboard Safety Conference contribui para o desenvolvimento e discussão da Prevenção e Segurança dos profissionais deste sector. Recorde-se que, em Novembro decorre a última conferência desta edição sobre esta temática focada na Estratégia Nacional para o Mar 2021-2030 – Embarcações de pesca: novas regras.