DGS apresenta medidas de prevenção e controlo de infecção em hoteis

Notícias Saúde

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) publicou um documento com as orientações das medidas de prevenção e controlo de infecção nos hóteis e alojamentos. As medidas aplicam-se a superfícies ambientais e roupas. Cada hotel ou alojamento deve ter um plano de contingência interno escrito e operacional. O plano deve conter os níveis de responsabilidade de todos os intervenientes no plano.

Ao nível do órgão de gestão este deve:

a) providenciar equipamentos de protecção individual dos trabalhadores e definir uma reserva estratégica interna destes equipamentos;
b) adquirir o mais possível, um stock de materiais de limpeza de uso único, sobretudo panos de limpeza, toalhetes de limpeza de uso único humedecidos em desinfetante, lixívia e álcool a 70º.
c) providenciar a colocação de dispensadores de solução antissética de base alcoólica (SABA) ou solução à base de álcool, um por cada piso (exemplo: junto aos elevadores), junto aos pontos de entrada e saída do hotel ou alojamento e à entrada do restaurante e bar;
d) promover formação e treino de todos os grupos de profissionais das diversas áreas do hotel ou alojamento sobre COVID-19 e como cumprir as precauções básicas de prevenção e controlo de infecção;

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Deve ser definido um local para isolar uma ou mais pessoas que possam ser detectadas como casos suspeitos ou casos confirmados de COVID-19. Este local deve ter preferencialmente pressão negativa, casa de banho, contentor de resíduos e sacos de resíduos e sacos de recolha de roupa usada, (aconselha-se a que tenha televisão/outros meios de entretenimento passíveis de estarem no quarto enquanto o doente lá permanecer), água, alguns alimentos.

Se não houver ventilação de pressão negativa, abrir regularmente as janelas do quarto para renovar o ar e manter a porta fechada;

As áreas de maior risco são o quarto da pessoa doente ou suspeita de COVID-19. As restantes áreas em que a pessoa passou durante períodos mais curtos (como sala de espera, cinema, restaurante, ginásio) provavelmente têm níveis mais baixos de contaminação e, portanto, o risco de transmissão contínua da infecção será por princípio, menor.

No entanto, a DGS aconselha a limpeza e desinfecção alargada desses espaços.

Se o doente utilizou recentemente a piscina, as superfícies da piscina onde as pessoas circulam devem ser lavadas e desinfectadas.

A limpeza e desinfecção da piscina deve ser realizada com o procedimento habitual, devendo-se substituir a água e proceder à cloragem como definido em protocolo interno.

O jacuzzi – é recomendável o despejo de toda a água, seguido de lavagem e desinfecção; voltar a encher com água limpa e desinfectada com cloro na quantidade adequada, de
acordo com o protocolo interno.

Deve ser definido um meio de supervisão dos circuitos de tratamento de roupa e de limpeza das instalações;

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Protecção dos profissionais responsáveis por manter a acomodação dos clientes no hotel ou alojamento

As pessoas que tratam da roupa de cama ou do quarto de um caso suspeito ou confirmado e as pessoas que realizam as limpezas nos hotéis e alojamentos, desde que cumpram as medidas de protecção recomendadas e garantam o controlo da exposição ao risco de transmissão, não correm riscos desnecessários.

No entanto, o risco de transmissão pode, contudo, ser real em caso de acidente ouse não forem cumpridas integralmente as medidas de protecção recomendadas. Daí a importância de todos os profissionais terem formação e treino e estarem protegidos com os EPI adequados.

Definir dois profissionais ou equipas diferentes: um para a remoção da roupa e fazer camas de lavado; outra para realizar a limpeza, em dois tempos de intervenção espaçados.

Durante a fase de possível epidemia ou perante um caso suspeito de COVID-19, as equipas encarregues do tratamento de roupa de cama e da limpeza dos quartos, ficam mais expostos ao risco de aerossóis, pelo que se devem proteger, em particular, com os equipamentos de protecção adequados (EPI) – máscara, óculos para protecção dos olhos, avental de plástico sobre a farda e luvas (preferencialmente descartáveis, de nitrilo).

O fardamento e os equipamentos de protecção individual (EPI) devem ser diferentes, dependendo do tipo de intervenção ou tarefa e do risco de exposição.

A farda destes profissionais não deve ser levada para lavar em casa – deve ser lavada em máquina, na lavandaria do hotel, a temperaturas elevadas. De preferência, deixar uma
máquina de lavar roupa só para a roupa dos clientes afectados e as fardas dos profissionais.

Após mudar a roupa da cama e os atoalhados do quarto da pessoa suspeita ou doente com COVID-19, é desejável esperar também um tempo (período de latência) para iniciar a limpeza dos quartos.

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Mudança de roupa dos quartos e limpeza e desinfecção das instalações:

Dado que a intervenção de mudança de roupa da cama, gera aerossóis, é aconselhável separar as duas intervenções: limpeza e roupa (exemplo: 2 equipas diferentes) e dar um tempo de espera entre estas duas tarefas – respeitar um tempo de pelo menos 2-3 horas entre retirar lençóis e roupas de cama e atoalhados e realizar a limpeza de pisos e superfícies.

Equipar os profissionais encarregados de remover roupa e realizar a limpeza, com bata, luvas não esterilizadas, óculos de protecção e uma máscara de protecção respiratória do tipo
FFP2.

Ao remover a roupa de cama e atoalhados:
• Não agitar a roupa de cama;
• Retirá-la sem a sacudir, enrolando-a no sentido de dentro para fora, fazendo um “embrulho”;
• Não encostar a roupa ao corpo;
• Transportar as roupas e colocar directamente na máquina de lavar;

A roupa deve ser lavada à temperatura mais alta que puder suportar (dependendo da termoresistência) – ciclo de desinfecção pelo calor (pelo menos a 60ºC durante 30 minutos, ou entre 80-90ºC, com 10 minutos de contacto do calor com a roupa);

Se a roupa não puder ser lavada a quente, deve ser lavada na máquina a temperatura entre 30-40ºC e a um ciclo de desinfecção final na máquina, com desinfectante apropriado a este tipo de roupa e compatibilidade com a máquina.

Na ausência de uma máquina de lavar, embale as roupas e acondicione num saco impermeável, fechando-o bem e levar para a lavandaria e depositar a roupa directamente para dentro da máquina;

Os resíduos recolhidos no quarto, devem ser acondicionados num primeiro saco bem fechado, que depois é depositado no 2.º saco. O 2.º saco deve ser identificado como resíduos biológicos e tratados por incineração ou autoclavagem.

Manutenção das superfícies ambientais:

O coronavírus (MERS-CoV-2) provavelmente pode sobreviver durante horas em superfícies secas e até 6 dias, em superfícies com humidade.

-A limpeza húmida é sempre preferível, à limpeza a seco.
-Não usar aspirador para limpeza de pisos.
-Não é adequado o uso de aspirador de pó, porque põem em movimento no ar, as gotículas, nas quais o vírus pode estar contido e transforma-as em aerossóis.
-Para equipar o pessoal encarregado da limpeza de pisos e superfícies com uma bata impermeável, ou avental de plástico sobre o fardamento, luvas de uso único resistente a líquidos, máscara de tipo cirúrgica.

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Cumprir o seguinte para a limpeza dupla de pisos e superfícies:
-Limpar as superfícies de cima para baixo e no sentido das áreas mais limpas para as mais sujas;
-Usar panos de limpeza de uso único, diferentes e exclusivos para a área do quarto e para as casas de banho;
-O balde e esfregona de limpeza da casa de banho deve ser diferente do balde de limpeza e esfregona a usar no quarto;
-Para lavar as superfícies: pode usar-se detergentes de uso comum;
-Para desinfecção de superfícies: a Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha o uso de lixívia (solução de hipoclorito de sódio) numa concentração de pelo menos 5% de cloro livre, e álcool a 70º, para as superfícies metálicas ou outras, que não sejam compatíveis com a lixívia, de modo a evitar corrosão ou danificação. No entanto, existem no mercado vários produtos de limpeza e desinfecção de superfícies com acção virucida e que podem ser utilizados, nomeadamente, pastilhas de cloro para diluir na água no momento da utilização; soluções detergentes com desinfectante na composição (efeito 2 em 1), quer em apresentação de spray, líquida ou outra ou toalhetes humedecidos em desinfectante para a limpeza rápida de algumas superfícies de toque frequente.

Limpeza e Desinfeção de Superfícies:
Se há presença de sangue, secreções respiratórias ou outros líquidos orgânicos, absorver os líquidos com papel absorvente; aplicar a lixívia diluída em água na proporção de uma
medida de lixívia, para 9 medidas iguais de água; deixar actuar durante 10 minutos; passar o local com água e detergente; enxaguar só com água quente e deixar secar ao ar; usar máscara na diluição e aplicação da lixívia; abrir as janelas para ventilação do espaço;

Para a desinfecção comum de superfícies: lavar primeiro com água e detergente; aplicar a lixívia diluída em água na seguinte proporção: uma medida de lixívia em 49 medidas iguais de água; deixar atuar a lixívia durante 10 minutos; enxaguar apenas com água quente e deixar secar ao ar;

As instalações sanitárias devem ser lavadas e desinfectadas com um produto de limpeza misto que contenha em simultâneo detergente e desinfectante na composição, por ser de
mais fácil e rápida aplicação e acção;

Também o mobiliário e alguns equipamentos poderão ser desinfectados após a limpeza, com toalhetes humedecidos em desinfectante ou em álcool a 70º;

Limpar primeiro o mobiliário do quarto;

Se houver kitchenette, lavar as louças na máquina a temperatura elevada; limpar e desinfectar armários, bancadas, mesa e cadeiras, não esquecendo de desinfectar os puxadores dos armários e das portas; de seguida, limpar e desinfectar a torneira, o lavatório e o ralo.

Limpar paredes até à altura do braço.

Retirar os cortinados e enviar para lavar, incluindo o cortinado da casa de banho;

Limpar o mobiliário;

Lavar a casa de banho, começando pelas torneiras, lavatórios e ralos destes, passar depois ao mobiliário, de seguida a banheira ou chuveiro, sanita e bidé;

O mesmo procedimento repete-se para o chuveiro, não esquecendo de limpar bem o chuveiro, desenroscar a cabeça do mesmo e lavar e desinfectar;

Sanita: aplicar o produto que tem a função de detergente e desinfectante em simultâneo, no interior e exterior da sanita; deixar atuar o produto durante 10 minutos para que faça o efeito desejado, esfregar bem por dentro com o piaçaba, descarregar a água com o piaçaba ainda dentro da sanita para que este também fique limpo; pôr o piaçaba a escorrer; lavar e desinfectar o suporte do piaçaba;

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Com outro pano limpo de uso único, lavar a parte externa da sanita, começando pelo tampo (o menos sujo), seguindo-se a parte de cima da sanita e todas as partes exteriores com o mesmo detergente/desinfectante; passar depois só com água quente e deixar secar.

Por fim, lavar o chão das instalações.

Abrir as janelas da área e deixar secar ao ar.

O que fazer com a pessoa doente ou suspeita de estar doente por COVID-19 no hotel ou alojamento?

O estado atual de conhecimento, recomenda-se que:
A pessoa doente não deve sair do hotel. Deve permanecer no seu quarto e ligar aos profissionais da área administrativa do hotel, para que liguem para a linha SNS24 (808 24
24 24) que avaliará o caso e contactará com a Autoridade Local de Saúde;

Não se deve dirigir ao centro de saúde, a consultório privado ou à urgência do hospital;
Aguardar as instruções dos profissionais de saúde que o vão atender e a decisão clínica.
Se o hotel tiver máscara, deve entregar uma máscara cirúrgica à pessoa, ensinando-lhe a colocar e a ajustar bem à face.

A Autoridade Local de Saúde poderá optar por enviar a pessoa para o Hospital de referência da área ou não, dependendo da situação clínica do doente.
Nos casos suspeitos de COVID-19, os profissionais de limpeza e roupa devem aguardar o resultado do diagnóstico laboratorial de confirmação do caso suspeito ou não, antes de iniciar os procedimentos de remoção da roupa e a limpeza.