“Somos um grupo de referência no que concerne à segurança como um todo”

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O grupo Logista assume-se como o principal distribuidor de tabaco e produtos de conveniência para o retalho português. Além disso, conta distribui produtos farmacêuticos a farmácias e hospitais, actua como operador na área de transporte controlado e temperatura ambiente, faz gestão de longa distância de cargas completas e distribui encomendas expresso e correio. Conta com cerca de 600 colaboradores, 25 armazéns próprios e 250 veículos de transporte de mercadoria de alto valor. Sérgio Gonçalves,  Security & Safety Manager Logista e Director of Security Logista Pharma, destaca a importância que a segurança tem dentro do grupo, sendo Portugal um país de referência em matéria de segurança para a organização.

Security Magazine – Qual a importância que a segurança assume dentro da vossa organização (contemplando, a segurança das vossas pessoas, instalações/meios físicos e mercadorias de clientes)?

Sérgio Gonçalves – Na minha opinião, a segurança assume um papel preponderante na nossa organização. Todos nós gostamos de sentir-nos protegidos e seguros no nosso ambiente de trabalho.

Somos um grupo que engloba várias empresas de diferentes sectores, sendo que todas elas movimentam produtos de alto valor, o que significa que temos que garantir a segurança das pessoas e dos bens, dentro das instalações e durante o transporte. Obviamente que também os nossos clientes irão beneficiar com os nossos procedimentos de segurança e processos de trabalho, porque irão receber os seus bens em segurança, dentro dos timings esperados e nas melhores condições.

Ao existirem as condições de segurança, existe também menor exposição ao risco.

No que respeita à Segurança no Trabalho, também temos um foco muito forte em garantir que as condições de trabalho são as melhores. Estando garantidos estes pressupostos, as pessoas estarão mais motivadas e confiantes, pois terão condições para desenvolver o seu trabalho.

Somos certificados na ISO 45001, procurando manter e elevar a excelência.

Trabalhamos com base na melhoria contínua e, por essa razão, tentamos diariamente corrigir os nossos defeitos e melhorar as nossas virtudes.

Acreditamos que somos um grupo de referência no que concerne à segurança como um todo. Tudo isto, se traduz em fortes investimentos. Por exemplo, para garantir que temos todas as condições de trabalho (EPI´´´´s, manutenção de equipamentos de trabalho, instalação e manutenção de sistemas de segurança, certificação, licenças, formação, etc.), são feitos investimentos bastante elevados.

Durante o presente ano fiscal, renovamos e ampliamos boa parte dos sistemas de segurança da nossa Sede e da nossa Central, bem como os sistemas de segurança da nossa frota dedicada e o investimento foi muito elevado. Todos estes investimentos são pensados para proteger as nossas pessoas, os nossos bens e os bens dos nossos clientes.

Focando naquilo que são os vossos colaboradores, quais as vossas maiores preocupações em termos de segurança  no que toca às operações de transporte, movimentação de cargas nas operações de armazenagem, carga e descarga?

Na vertente da security, a nossa maior preocupação é garantir que munimos as instalações e viaturas com as medidas de segurança adequadas para proteger as pessoas e os bens. No caso do transporte, é onde temos maiores riscos, pois as viaturas estão em circulação, transportando produtos e podem-se tornar alvos mais apetecíveis. Por isso, as nossas viaturas estão equipadas com sistemas de segurança inovadores e únicos em Portugal.

Também responde um pouco à primeira pergunta, pois o investimento nestes sistemas é muito elevado (custos dos equipamentos, manutenção, instalação, comunicações, garantias, peças de reposição, etc.).

Temos que garantir que os sistemas estão sempre a funcionar, pois é a melhor forma de protegermos as pessoas e a mercadoria.

Os nossos operadores são pessoas altamente formadas que estão em contactos permanente com os distribuidores e com as autoridades (quando é necessário).

Os momentos de carga e descarga, são sempre os momentos em que existe maior vulnerabilidade, mas os nossos procedimentos e a formação contínua dada aos operadores e motoristas, permitem que estas operações sejam feitas com um elevado grau de segurança.

Na vertente da Safety, as maiores preocupações estão relacionadas com a movimentação manual de carga, garantir o uso de EPI´s, pois os movimentos efectuados expõem os operadores de armazém e os ajudantes a vários riscos e a condução, devido aos riscos inerentes à mesma, pois existem sempre riscos relacionados com a condução, principalmente de veículos de transporte de mercadorias (ligeiros e pesados) e com o cumprimento de todas as regras de trânsito, dos descansos de disco, etc.

Que estratégias têm desenvolvido no sentido de minimizar potenciais incidentes no interior das vossas infra-estruturas (ex.: aposta sem sensibilização dos colaboradores; formação de condução segura de empilhadores; reforço de sinalização…)?

As estratégias que temos desenvolvido para minimizar potenciais incidentes dentro das nossas infra-estruturas, prendem-se essencialmente com sensibilização de colaboradores, formação inicial bastante focada no que são as nossas actividades, formação de condução de empilhadores e de máquinas de elevação, formação em trabalhos em altura, de riscos especiais, divulgação de informação interna com recomendações, consulta aos trabalhadores através de inquéritos, conversas informais para obter opiniões dos trabalhadores, controlo rigoroso sobre os nossos prestadores de serviços, ou seja, se as empresas e os seus trabalhadores cumprem com as regras de SST e com a legislação em vigor, etc.

Como estamos a reformular os nossos armazéns, estamos a reformular também a sinalização, marcação das vias de circulação,  reforço da protecção das estruturas e das zonas de circulação dos trabalhadores. Posso dizer que somos o país, dentro do grupo, com a taxa de incidentes mais reduzida e com o menor número de dias perdidos. Com a quantidade de pessoas, de veículos, de movimentos é, de facto, muito interessante estarmos a conseguir números tão positivos.

Na vossa perspectiva, como se consegue implementar uma verdadeira cultura de segurança dentro de uma organização cujo core business é a logística?

Consegue-se através de muita pedagogia, muita paciência, muito trabalho, muita dedicação e sobretudo por “amor à causa”. Tem que se gostar muito desta área para conseguir implementar-se uma cultura de segurança, porque esse processo pode ser longo, e ter uma excelente equipa a ajudar-nos a fazer este trabalho diário.

Obviamente que é importante que na organização as pessoas tenham a capacidade de absorver essa cultura e aceitá-la. Felizmente, a estrutura da Logista tem tido essa aceitação e tem contribuído para que a cultura de segurança se tenha espalhado por toda a organização.

Todos sentimos que é importante protegermos a empresa e o nosso local de trabalho e, dessa forma, estamos também a proteger a nossa saúde e a nossa integridade física. Penso que as pessoas vão percebendo que a exigência e o rigor que demonstramos, faz parte do processo e que nos beneficia a todos.

Existe alguma informação que considere relevante acrescentar?

Estamos também a entrar noutros sectores de actividade, como é o caso da canábis medicinal e pretendemos ser uma referência no sector. Relativamente à segurança, os níveis de segurança exigidos são bastante elevados, o que para a Logista é algo que não é novo, ou seja, será dar sequência ao que temos vindo a fazer ao longo dos anos e, obviamente, adaptarmo-nos a um novo sector que está em ebulição.

O Grupo Logista é o principal distribuidor de tabaco e produtos de conveniência para o retalho português. Fornece serviços de logística e distribuição para a indústria do tabaco incluindo toda a cadeia de valor logístico (fornecimento constante, gestão de stocks, gestão de encomendas, grupagens, embalamento, distribuição, faturação, cobrança, serviços ao cliente e serviços pós-venda). Presta aos fabricantes de tabaco e aos pontos de venda, uma gama de serviços logísticos, incluindo informação, aconselhamento, gestão de campanhas promocionais, serviço pós-venda, etc. Al´´em desta área, o grupo realiza actividade de distribuição de produtos farmacêuticos a farmácias e hospitais através da Logista Pharma. Conta ainda com um operador de transporte controlado e de temperatura ambiente (Logista Parcel) e com uma empresa especializada nas áreas de gestão de longa distância de carga completa (Logista Freight), assim como a Nacex, especializada em encomendas expresso e correio. O grupo conta com cerca de 600 colaboradores em Portugal e 25 armazéns próprios, todos ligados à Central de Segurança (CCTV, SADI, CA), bem como 250 veículos de transporte de mercadoria de alto valor controlados pela Central de Segurança

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