Porto de Leixões usa drones para acompanhar manobras de risco

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Assume-se como o primeiro porto 5G em Portugal. O porto de Leixões, um dos mais importantes portos de mercadorias do país, está a investir em novas tecnologias, tendo em vista o aumento da sua competitividade, eficiência e segurança.

No último ano passaram por leixões 17,1 milhões de toneladas e quase 740.000 contentores. Com uma parceria com a NOS, a administração daquele porto passou a monitorizar as suas operações portuárias com recurso a drones, os quais estão equipados com câmaras capazes de transmitir, em tempo real, imagens de v´ídeo em alta qualidade para a sala de controlo.

Com estes meios de monitorização remotos, tanto o centro de operações, como os pilotos dos navios podem acompanhar um conjunto de manobras de maior risco, aumentando simultaneamente a capacidade para realizar inspeções no local, com maior frequência, flexibilidade e segurança bem como permitir um apoio fundamental na gestão à resposta e mitigação em caso de incidentes.

Os drones estão preparados para ser equipados com sensores ambientais, de ruído e qualidade do ar, capazes de medir os impactos de cada operação em tempo real e diretamente no local.

Além desta ferramenta, as equipas da NOS e da APDL estão a estudar a melhor forma de tirar partido da realidade aumentada e tecnologia de gémeo digital para tornar os processos de manutenção de maquinaria e logística mais eficientes, implementando IOT de sensorização para saber em tempo real a localização e estado de todos os ativos.

De acordo com Manuel Ramalho Eanes, Administrador Executivo da NOS, “graças às soluções baseadas em 5G que estamos a implementar, o porto de Leixões, uma das mais relevantes infraestruturas nacionais, poderá reforçar a sua posição competitiva, não apenas no contexto ibérico mas também europeu”.

De acordo com Nuno Araújo, Presidente do Conselho de Administração da APDL, “para o Porto de Leixões é absolutamente crítico a utilização de tecnologias inovadoras como o 5G, de forma a potenciar o nosso processo de transformação digital e assim incrementar a nossa produtividade e melhorar o nosso posicionamento”.

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Portos do futuro

Pelo mundo já existem outros casos da utilização de drones autónomos ao serviço da movimentação da carga portuária e da sua segurança. O caso do porto de Antué1rpia é um desses exemplos.

A fim de manter a segurança no complexo ambiente portuário, o porto de Antuérpia começou este ano a utilizar, pela primeira vez um drone autónomo.

Este testa vários casos de utilização no campo da inspecção e controlo e irá ajudar a autoridade portuária nas suas tarefas principais através de uma rede de drones.

O porto de Antuérpia cobre mais de 120 km² e faz parte da infra-estrutura “crítica” da Bélgica. A utilização de drones pode dar um contributo significativo para a segurança global neste ambiente complexo.

Os drones permitem uma visão única dos olhos das aves, permitindo às autoridades portuárias gerir, inspeccionar e supervisionar uma grande área de forma rápida e segura.

Este drone foi desenvolvido em colaboração com a empresa DroneMatrix. O drone parte de uma base operacional fixa perto da eclusa de Kieldrecht e segue uma rota fixa no porto. Além disso, o drone também pode voar a pedido, por exemplo em situações de emergência em que uma visão geral da situação é crítica.

A aeronave opera de forma completamente independente e carrega-se a si própria através de uma estação de acoplagem inteligente que é gerida centralmente a partir de uma plataforma web.

Casos de utilização
O drone irá testar vários casos de utilização, tais como inspecção de infra-estruturas, vigilância e monitorização, gestão de incidentes, gestão de cais e detecção de derrames de petróleo ou de resíduos à deriva.

O objectivo é testar as várias aplicações num ambiente realista e complexo (empresas Seveso, turbinas eólicas, alta tensão, etc.) para que possam apoiar o departamento de Protecção e Segurança Portuária (HSS) no futuro.

Vários testes com outros sistemas autónomos serão realizados ao longo de 2021, em preparação de uma rede operacional de drones autónomos prontos para serem implantados em 2022.

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Também no porto de Roterdão os drones já estão ao serviço. Os drones são cada vez mais utilizados por empresas da zona portuária de Roterdão, incluindo a própria Autoridade Portuária de Roterdão.

Há todo o tipo de aplicações possíveis: para controlar incidentes e poluição da água, para combate a incêndios, vigilância e inspecções, supervisão das operações e segurança portuária, controlo de danos, e inspecção de instalações em terminais. Mas os drones também podem ser utilizados para a construção e manutenção de infra-estruturas, tais como estradas e pontes, e para a monitorização de emissões.

A Dutch Drone Company fornece serviços de inspecção com base em drones a clientes do sector químico. Os terminais de contentores também usam drones de inspecção. No entanto, estas operações envolvem normalmente um pequeno número de drones.

No futuro, os drones terão um grande impacto nas cadeias logísticas e na mobilidade inteligente. Os regulamentos europeus que entraram em vigor em 1 de Janeiro abrem o caminho para novas aplicações para o transporte não tripulado de mercadorias e passageiros.

As entregas rápidas de peças de produção cruciais a embarcações no mar e o transporte seguro de pessoas para plataformas são possíveis.

Este ano, o primeiro sistema de tráfego de drones está a ser testado no porto de Hamburgo. A Droniq GmbH, empresa alemã para a integração de drones no espaço aéreo, e a sua empresa-mãe DFS, fornecedor alemão de serviços de navegação aérea, estão a pôr a ideia em prática pela primeira vez – desde a concepção até à entrada em funcionamento.

Para tal, estão a criar uma U-Space no Porto de Hamburgo, o maior porto marítimo da Alemanha, em volume. O projecto tem um volume de aproximadamente um milhão de euros e está a ser parcialmente financiado pelo Ministério Federal Alemão dos Transportes e Infra-estruturas Digitais (BMVI). Ao fazê-lo, o BMVI está a estabelecer as bases para a implementação de mais U-Spaces na Alemanha e a promover um maior desenvolvimento do mercado local de drones.

Em vários cenários de voo, a Droniq e a DFS simularão a interacção segura e coordenada do tráfego aéreo tripulado e não tripulado no espaço aéreo do U-Space estabelecido em Hamburgo. Isto inclui, por exemplo, um cenário de emergência em que o piloto do drone tem de evitar que um helicóptero entre no campo de ensaio a curto prazo. Outros cenários testam vários voos paralelos com drone, incluindo procedimentos de logon e logoff, bem como planeamento de rotas e posterior execução de voos. Uma imagem completa da situação aérea é transmitida aos pilotos de drone para o seu voo. Isto permite aos pilotos reconhecerem outros participantes no tráfego aéreo actualizados e em tempo útil e agirem em conformidade.

O verdadeiro laboratório criado para este fim estende-se por 30 quilómetros quadrados no espaço aéreo acima do porto de Hamburgo. Os voos de teste terão lugar sobre a área de Steinwerder e partes de Grasbrook. Após os voos de ensaio, as semanas de voo terão início em Outubro.

No futuro, os drones terão o seu próprio sistema de tráfego. Este sistema, comporta uma rede de serviços e procedimentos, permitirá que os voos em áreas com um elevado volume de drones sejam efectuados com facilidade, segurança, eficiência e em coordenação com o tráfego aéreo tripulado. Esta é a ideia por detrás do U-Space – um conceito da EASA, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação da União Europeia. Os estados membros da UE têm de implementar o U-Space até ao início de 2023.