O pesado impacto social e económico dos acidentes rodoviários

Notícias Opinião

Por José Fernando Guilherme, Segurança Rodoviária e Eficiência Energética, CTT Correios de Portugal

Recentemente a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária apresentou um estudo sobre o Impacto Social e Economico dos Acidentes Rodoviários em Portugal.

Os números são impressionantes e merecem ser divulgados para todos termos consciência do que estamos a falar…

Em 2019 (ano base para o estudo realizado pela ANSR e ISEG) os acidentes rodoviários tiveram um custo estimado de mais de 6 mil milhões de euros, o que representa mais de 3% do PIB nacional.

Estes números são tão gigantescos que é preciso fazer uma comparação para termos uma ideia melhor do que estamos a falar…

Segundo o Presidente da ANSR “Em 2019 a estimativa destes custos representa o equivalente às verbas inscritas no OE para a educação, ou quase 69% das despesas do Estado em saúde neste ano”

A ANSR refere que cada contribuinte suporta em média nos seus impostos 1200 euros anualmente para pagar as consequências da sinistralidade rodoviária.

Quantos hospitais e escolas seria possível construir se o custo da Sinistralidade Rodoviária fosse muito menor.

Como é calculado neste estudo o Custo Económico e Social dos Acidentes Rodoviários:

Considera Custos relacionados com as vítimas:

  • Custos Humanos
  • Perda de Produção
  • Custos Médicos
  • Outros

E custos relacionados com o acidente (veículo):

  • Danos na propriedade
  • Custos Administrativos
  • Outros

Há conceitos muito importantes como a perda de produção, a redução da expetativa de vida da vítima, que são muito superiores aos danos materiais e médicos.

Os custos médios calculados por vítima são:

Custo Médio por Vítima Mortal             3,05    M€

Custo Média por Ferido Grave              0,53    M€

Custo Médio por Ferido Leve                0,05    M€

E mesmo assim sabemos que há custos não identificados como todos os acidentes que não são declarados…

Estudos como este são importantes para alertar a opinião publica para a dimensão económica e social deste problema de saúde publica. Só informados é que podemos assumir a responsabilidade de cada um e influenciando as decisões na comunidade, nas empresas e as políticas publicas.

Um trabalho precioso que deve ser conhecido e divulgado

Quando dizemos que a segurança rodoviária é responsabilidade de todos também queremos assumir uma responsabilidade partilhada nas decisões coletivas, reivindicando ação e decisões a quem concebe e dimensiona o sistema rodoviário nas várias áreas.

Uma nota sobre as empresas – Em 2019, em Portugal, 38% dos acidentes de trabalho mortais ocorrem com veículos (informação GEP) …

Tenho a certeza que se aplicarmos os custos médios em cada empresa chegamos a custo total que certamente nos vai assustar…

Estamos em plena Década de Ação de Segurança Rodoviária 2021 – 2030. Os objetivos propostos – zero mortes e metade dos feridos em 2030 são ambiciosos e por isso é urgente trabalharmos de forma comprometida em Portugal, na sociedade e nas empresas.

Não há melhor investimento que o investimento em segurança rodoviária: SALVA VIDAS e tem um retorno económico e social muito elevado

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