Infraestruturas de Portugal e ASN assinam contracto para construção de Novo Anel CAM

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O futuro novo anel CAM constitui um investimento de 154,4 milhões de euros e terá cerca de 3.812 quilómetros de extensão total de cabo submarino, a ser gerida pela empresa participada IPTelecom.

Aconteceu hoje, dia 13 de março, na sede da Infraestruturas de Portugal (IP), a assinatura do contracto para Execução da Empreitada para concepção, construção, fornecimento, instalação, montagem e entrada em exploração do cabo de fibra óptica submarino de telecomunicações do novo Anel CAM (CAM-Continente Açores Madeira) entre a IP e a Alcatel Submarine Networks (ASN).

Segundo a IP, “este sistema assume uma importância estratégica para Portugal proporcionando conectividade entre o território continental e as regiões autónomas, aumentando a capacidade e o desempenho das comunicações electrónicas ao nível das redes mundiais de conectividade digital”.

Hoje os 99% das comunicações da internet são suportadas por cabos submarinos, existindo actualmente 436 cabos submarinos em funcionamento, sendo que o maior conta com 39.000km. A cabo submarino 2Africa será o maior com 45.000km.

Actualmente, a interligação entre Portugal Continental, a Região Autónoma dos Açores, a Região Autónoma da Madeira e entre as próprias regiões autónomas, é assegurada por um sistema doméstico de cabos submarinos denominado Anel CAM.

Dada a necessidade de substituir o actual sistema, em operação desde 1999, o Governo decidiu promover a implementação de um novo Anel CAM de ligação entre o Continente e as Regiões Autónomas garantindo desta forma a continuidade e coesão territorial, também na vertente digital, aumentando a sua capacidade e redundância e diminuindo significativamente os preços das interligações.

Nesse sentido, a IP foi mandatada para implementar este projecto até ao final do ano 2026, garantindo não só a execução do investimento de cerca de 154,4 milhões de euros, co-financiado por fundos comunitários (CEF2), mas também a sua operação durante os próximos 25 anos a partir da empresa participada do Grupo, a IP Telecom.

No âmbito do projecto, foi considerado como prioridade a obtenção de uma solução de longo prazo que satisfizesse as actuais e futuras necessidades de conectividade, com maior capacidade de transmissão, capacidade de resposta ao desafio do aumento da conectividade que se espera no futuro, nomeadamente pela generalização das tecnologias de comunicação móvel 5G e pela crescente digitalização da sociedade.

Para responder a estas necessidades estruturais vai ser criado o novo Anel CAM, aproveitando a posição geográfica privilegiada de Portugal – um país com características únicas para amarrações de cabos submarinos – criando uma plataforma internacional de amarração de cabos que promoverá a localização, em Portugal, de plataformas digitais e centros de armazenamento e computação de dados, num contexto onde estas estruturas de dados têm uma importância crescente e fundamental para a economia digital.

O sistema Anel NOVO CAM terá 3.812 quilómetros de extensão total de cabo submarino e terá uma topologia em anel, com seis pares de fibra ótica e uma capacidade total estimada de pelo menos 150 Tbps, muito superior à capacidade atual.

O Anel CAM integrará também uma componente inovadora SMART (Science Monitoring And Reliable Telecomunications), para detecção sísmica, monitorização climática e ambiental e transmissão de dados para fins científicos, que vai contar com a colaboração do IPMA.

Este sistema assume uma importância estratégica para Portugal proporcionando conectividade de base adequada para as regiões autónomas, aumentando a resiliência dessas regiões do ponto de vista económico e social, e também fornecendo um facilitador crítico para que empresas, entidades públicas e cidadãos tenham melhor acesso, mais económico e com capacidade e desempenho muito elevados a redes mundiais de conectividade digital.