Planeamento e Segurança!

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Começo por clarificar, de uma forma simplista, o que é o planeamento. Este será considerado como um processo utilizado para realizar uma preparação, previsão ou organização que consiga responder aos objetivos estabelecidos, cumprindo com as regras associadas, normas e procedimentos, dentro de um prazo pré-estabelecido.

Mesmo existindo um bom planeamento este é dinâmico, devendo ser ajustado mediante a presença de quaisquer improvisos.
Em qualquer atividade do nosso quotidiano fazemos um planeamento, – desde um simples plano para organizar umas férias ou planear uma simples troca de uma lâmpada em casa até um plano mais complexo para realizar um produto ou serviço. Em todos eles, a segurança é um
fator indissociável.

Ao planear, por exemplo, umas férias, há sempre espaço para a segurança. Ela vem de forma natural, tal como garantir que a viatura está em condições para realizar a viagem, que medicação é aconselhada levar, que lugares e situações devem ser evitadas, etc. Tal como acontece com uma troca de lâmpada, onde se providencia o momento para realizar o corte de energia, a escolha do meio de acesso vertical mais seguro, etc.

Se para organizar qualquer atividade se recorre a um planeamento, onde tudo deve ser equacionado, porque é que a segurança, muitas vezes, aparece depois do planeamento?

Inúmeras vezes o profissional de Segurança no Trabalho é chamado a intervir numa atividade em que já está em execução! Estando já em execução é sinal de que não foram acauteladas as recomendações, requisitos legais, etc, associados à segurança nos trabalhos.

Este é um erro grave e recorrente de quem não entende a necessidade e importância da inclusão da segurança no trabalho na fase de planeamento, a qual irá colmatar eventuais situações na fase de execução.

Garantindo que a segurança está envolvida na fase de planeamento, é possível definir, com maior rigor, as atividades com segurança para os trabalhadores envolvidos, trazendo muitos benefícios, tais como:

  • Cumprimento dos objetivos e estratégias da empresa;
  • Maior reflexão sobre a tomada de decisões e ações a tomar, com o conhecimento adquirido pela análise realizada de potenciais cenários;
  • Utilização de recursos com maior inteligência;
  • Evitar custos associados a paragens e correções, ou até mesmo a inviabilidade da execução da atividade;
  • Garantir o cumprimento das obrigações legais da empresa, evitando coimas e responsabilidades civil, criminal e administrativa;
  • Cumprimento de prazos definidos;
  • Maior profissionalismo;
  • Utilização de equipamentos adequados e estritamente necessários; entre outros.

Deixando este tema para refletir, esta é uma questão que deve ser pensada e, contrariamente ao que se possa considerar, a segurança no trabalho não pode ser uma prioridade, ela tem de ser encarada como um valor.

Ao se atingir esta maturidade de pensamento e ação, pode verificar-se que a segurança é indissociável de qualquer processo de uma organização.

João Pedro Sarilho
Mestre em HST
Técnico Superior de Segurança e Saúde no Trabalho
Safety Manager