Vamos proteger a nossa cabeça?

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O capacete de proteção individual é um equipamento de segurança essencial em muitas áreas de trabalho, especialmente em ambientes onde há risco de lesões na cabeça. Ele é projetado para proteger a cabeça do trabalhador contra impactos, objetos em queda, choques elétricos, queimaduras e outros perigos.

Existem diversos tipos de capacetes, cada um projetado para situações específicas. Por exemplo, há capacetes de construção civil, para proteção contra impactos de objetos em altura, capacetes de segurança industrial, para proteção em ambientes com riscos elétricos, e capacetes para atividades desportivas, como ciclismo e escalada. É importante escolher o capacete adequado para cada atividade e garantir que ele esteja corretamente ajustado e em bom estado de conservação para garantir a máxima proteção.

A proteção da cabeça nomeadamente em determinadas atividades de risco profissional deverá ser OBRIGATÓRIA sob pena de constituir um crime de PERIGO para o trabalhador.
Todos estamos de acordo que é na proteção coletiva que deve incidir o grande esforço, dedicação e investimento uma vez que, estamos a prevenir que o perigo se torne risco para o trabalhador com consequências em muitas situações irreversíveis, não obstante o próprio, entenda-se, o trabalhador até estar munido de proteção individual (dispositivo individual e pessoal, que garante a sua segurança e minimiza o impacto de um determinado perigo que não foi devidamente acautelado nas outras medidas de segurança, nomeadamente a eliminação do mesmo).

Já agora, importa referir que os capacetes de proteção como qualquer outro equipamento de proteção individual deverá ser da responsabilidade do empregador e que o mesmo deverá ser disponibilizado gratuitamente (e não descontável no ordenado) aos trabalhadores.
Os capacetes de proteção visam a proteção contra os riscos físicos (impactos, embates em estruturas rígidas, quedas de objetos em altura, trabalhos que envolvam máquinas em movimento (escavadoras mecânicas, tratores, retroescavadoras, etc), trabalhos em galerias subterrâneas, espaços confinados, minas, terraplanagens, ferrovias entre outros cujas AVALIAÇÕES de RISCOS requeiram o uso dos mesmos.

Podemos, com base no conhecimento histórico destas matérias da segurança, higiene e saúde no trabalho referir que os capacetes de proteção foram talvez dos primeiros equipamentos de proteção individual a serem utilizados, nomeadamente nas grandes obras de construção civil e setor mineiro do século XX, alastrando-se depois a outras áreas como a indústria extrativa, metalomecânica, estaleiros navais, siderurgias, combate a incêndios entre outras.

No que concerne à sua confeção, os capacetes de proteção são essencialmente constituídos por um material externo resistente (casco) fabricado em polietileno de alta densidade, fibra de vidro, ABS ou plástico termoendurecível (resistente ao calor, frio, produtos químicos, radiações UV e envelhecimento), e que tem a principal função de proteção contra impactos (desviando o objeto em causa), golpes e riscos elétricos.

No seu interior temos o arnês que é responsável pelo amortecimento do impacto absorvendo a energia gravítica libertada. Alguns capacetes têm uma correia jugular que contorna o queixo do trabalhador evitando em determinadas posturas que o capacete se solte e ajustando-o melhor à cabeça do trabalhador em causa.
Os capacetes de proteção podem ser combinados para a utilização de acessórios como por exemplo uma viseira ou proteção auditiva.

Alguns exemplos de capacetes combinado com outros acessórios

Como qualquer EPI, os capacetes de proteção devem possuir certificação de conformidade com as normas portuguesas (NP 1526 e NP 1798) ou normas europeias EN 397 (proteção do trabalhador contra objetos, protegendo o mesmo contra fraturas crânio-encefálicas), EN 812 (proteção do trabalhador contra golpes incisivos no couro cabeludo) e EN 50365 (proteção do trabalhador contra riscos elétricos, impedindo que a corrente elétrica (trabalhos de baixa tensão) penetre no corpo humano através da exposição direta do couro cabeludo).
Finalmente no que diz respeito às cores dos capacetes, institucionalizou-se em muitas organizações, nomeadamente as de maior dimensão e que promovem uma segurança e saúde muito exigente as seguintes cores mais usuais (sob pena de existirem outras específicas para determinadas funções):
• Branco: Encarregados, Chefias e Visitantes;
• Amarelo: Pessoal operário;
• Azul: Pessoal afeto às redes hidráulicas e eletricistas;
• Laranja: Para os condutores de retroescavadoras, escavadoras mecânicas, cilindros, máquinas espalhadoras de hulha, etc;

Em termos de conclusão podemos afirmar que o uso do capacete de proteção individual pode efetivamente salvar a vida de uma pessoa. A cabeça é um órgão fragilizado face a um objeto contundente em queda gravitacional acumulando muita energia cujo embate com o crânio poderá ser fatal.

Voltamos a reafirmar que é na PREVENÇÃO e no uso de equipamento de proteção coletiva que deverá ser a grande aposta do empregador, não descurando, porém, casuisticamente a pessoa e a sua respetiva proteção individual. E foi disso que falamos de uma forma pedagógica, neste artigo.
Os meus agradecimentos à Drª Emília Telo que colaborou na imagem comunicativa sobre o uso do capacete de proteção.
Bem-haja.

Por A. Costa Tavares
Técnico Superior de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho
Docente, formador e consultor em matéria de SST e Gestão de Recursos Humanos e Psicologia do Trabalho
Quadro da Câmara Municipal de Cascais
Membro da Comissão de Trabalhadores da CMC