Dada a natureza da sua actividade, os dentistas e outros profissionais de saúde oral têm de estar em grande proximidade com os pacientes e são assim facilmente expostos a gotículas respiratórias e aerossóis. Um desafio perante a pandemia do SARS-CoV2, que dois investigadores se propuseram a resolver.
Joaquim Gabriel Mendes é investigador no INEGI e na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), e Miguel Pais Clemente é investigador no Laboratório Associado de Energia, Transportes e Aeronáutica (LAETA), a unidade de investigação FCT coordenada pelo INEGI, e na Faculdade de Medicina (FMUP). As competências de ambos permitiram criar uma nova solução apelidada de ‘escudo protector de aerossóis’, um dispositivo feito em acrílico que separa o utente do profissional.
O carácter inovador da solução e a pertinência no contexto actual, levou já à submissão de um pedido de patente. Trata-se de uma campânula em forma de U invertido, com orifícios laterais que permitem a entrada das mãos dos profissionais. É transparente, garantindo uma visualização correcta do campo operatório, e dotado de um sistema de ventilação para assegurar a extracção dos aerossóis e um filtro específico para retenção de bactérias e vírus.
Joaquim Gabriel Mendes, investigador no INEGI, explica que a solução criada configura “um meio de protecção adicional que funciona como um escudo protector entre o doente e o clínico”, beneficiando ambos, e minorando os riscos associados aos aerossóis. Ou seja, o dispositivo pode ser visto como “um prolongamento dos equipamentos de protecção individual”, acrescenta.
O escudo protector poderá assim dotar a medicina dentária e a estomatologia de uma ferramenta adicional para complementar o equipamento de protecção individual que estes profissionais de saúde já estão habituados a utilizar.