Manvia ajuda na segurança da Somincor

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A mina de Neves-Corvo, em Castro Verde, explorada pela Somincor, tem cinco grandes jazigos em produção (Neves, Corvo, Graça, Zambujal e Lombador). O acesso ao fundo da mina é feito por rampa a partir da superfície. Existem duas britagens, uma no nível 700 (~500m de profundidade) e outra no nível 550 (~650m de profundidade). Estas britagens são alimentadas por camiões de até 65t que trazem o material das várias zonas da mina. O poço de extracção é usado para extrair minério e estéril desde o nível 700 até ao parque de minério e estéril à superfície. Abaixo deste nível, o minério é transportado através de telas transportadoras.

A Manvia é presença regular na Somincor. Segundo a informação divulgada pela empresa, aqui, com um equipa de dez lubrificadores residentes, a assegura serviços de “aplicação de lubrificante, na superfície e no fundo de mina, bem como a manutenção preventiva periódica dos equipamentos, de modo a evitar a sua deterioração prematura e a prolongar o seu tempo de vida útil”.

Atendendo às características deste tipo de instalação, “o acesso ao fundo da mina é precedido de um conjunto de rigorosos procedimentos de segurança, como a indução de segurança, a recolha no posto de controlo de máscara de emergência e lanterna de mineiro, e a colocação de cartão de colaborador no quadro de presença no fundo de mina, de forma a permitir identificar e contabilizar, a qualquer momento, todos os colaboradores presentes no fundo”.

A mina “dispõe também de um complexo sistema de ventilação composto por poços de ar fresco, que garantem o arejamento do fundo e permitem a evacuação em caso de emergência”.

O acesso é feito, como descreve, com viatura pick-up 4×4, por rampa a partir da superfície, estendendo-se a mina a uma profundidade de 1000m, ao longo de 200km de túneis no seu interior. Os principais equipamentos objecto de lubrificação têm como ponto central as duas zonas de britagem, que se integram no conjunto de equipamentos da extração principal.

Os riscos ocupacionais mais significativos no fundo de mina “decorrem da exposição dos colaboradores a poeiras e partículas, a componentes em movimento e ao ruído”. Também a “queda de objectos, quedas ao mesmo nível devido à irregularidade do solo, a iluminação insuficiente em determinados locais e a circulação de máquinas e veículos no mesmo espaço, constituem factores de perigo das actividades”.

Assim, e como forma de prevenir o risco, no decorrer dos trabalhos de lubrificação “é necessário assegurar a consignação de equipamentos, o preenchimento de autorizações de trabalhos e ainda garantir a análise de riscos pré tarefa, reportando sempre ao supervisor da área de trabalho”.

Dos meios de apoio à actividade, para além do uso obrigatório de fato de trabalho, máscara de poeiras, óculos de protecção estanques, capacete, luvas protecção química e mecânica, máscara de emergência, lanterna de mineiro e galochas, “a viatura de apoio da Manvia é fundamental ao suporte da actividade no fundo de mina, dispondo de sistema 4×4 e encontrando-se devidamente equipada com braço grua para auxiliar nas manobras de movimentação de cargas, bacia de retenção, luzes sinalizadoras no tejadilho, e um conjunto de dois arneses”.

Covid-19 traz novos desafios

“Esta é uma actividade de manutenção muito específica, desenvolvida num ambiente único e que no contexto actual de pandemia do COVID-19, o trabalho que os técnicos desenvolvem no terreno desempenha um papel crucial para garantir os compromissos perante o cliente e assegurar a Cadeia de Valor”, salienta a Manvia.

Nesse sentido, e respeitando as normas de segurança recomendadas, foram alterados os horários de funcionamento e a equipa passou a trabalhar em dois turnos, um primeiro das 06h às 14h e o segundo turno das 14h às 22h, de forma a evitar o contacto.

Projecto em expansão

Como descreve a Somincor, esta mina é “altamente mecanizada sendo utilizados vários métodos de desmonte, com as variantes mais utilizadas – Bench & Fill (Bancada & Enchimento) e o Drift & Fill (Galeria & Enchimento)”.

O enchimento é realizado com pasta (rejeitados das lavarias e cimento) de forma a ocupar o vazio criado pela exploração do minério, servindo também o enchimento como plataforma de trabalho. É igualmente utilizado o enchimento com escombro e o enchimento hidráulico (mistura de areia, rejeitados de lavaria e cimento).

O processamento do minério em Neves-Corvo é feito através de duas lavarias. A do cobre processa aproximadamente por ano 2.6 milhões de toneladas de minério de cobre. A do zinco, que processa minério de zinco ou chumbo, tem capacidade de tratar anualmente 1.1 milhões de toneladas e com o projecto de expansão concluído irá passar para 2.5 milhões de toneladas por ano.

Os concentrados de cobre e zinco são transportados por comboio para o porto de Setúbal e daqui são enviados para uma variedade de fundições comerciais na Europa. O concentrado de chumbo é colocado em contentores e levado para portos de transporte marítimo.

O Projecto de Expansão do Zinco (ZEP) foi aprovado em 2017 e está em fase de construção. O ZEP tem como objectivo aumentar a extracção de zinco e a capacidade de processamento para 2.5 milhões de toneladas por ano, gerando uma média de 150.000 toneladas por ano de concentrado de zinco em 10 anos.

As novas infraestruturas no fundo da mina criadas pelo ZEP incluem uma nova câmara de britagem no nível 260 (~1.000m de profundidade), um sistema de tela transportadora que liga ao nível 700 (onde se localiza a zona de carregamento do sistema de extracção), uma melhoria do poço já existente, conjuntamente com melhorias na ventilação, bombagem e sistema de distribuição eléctrica. A maioria do minério a ser extraído pelo ZEP será retirado das áreas mais profundas do jazigo do Lombador (>1.100m de profundidade).

As modificações que o ZEP implantará ao nível da Lavaria do Zinco incluem um novo local de armazenamento de minério e um novo alimentador, um aumento do circuito de moagem e da capacidade de flutuação, um espessador de zinco e chumbo, filtros e uma melhoria dos serviços existentes.