Como Espanha preparou a segurança da vacina para a Covid-19

Notícias Saúde

As vacinas para a Covid-19 são um dos produtos mais procurados neste momento. A ISIO já tinha avisado sobre a segurança necessária à volta deste produto.

Uma artigo do jornal espanhol “Confidencial Digital” mostra os detalhe da operação de transporte das vacinas que chegam a Espanha e a sua distribuição naquele território.

As farmacêuticas “estão a recorrer a empresas de transporte e de segurança privada, que dispõem de sensores térmicos para detectar presenças estranhas e de dispositivos GPS para ter a localização exacta dos contentores a todo o momento”, como é o caso da Logista Pharma. Além disso, “os envios de AstraZeneca e Moderna viajam camuflados entre bens regulares”, que necessitam de condições semelhantes de acondicionamento.

Já em Portugal, recorde-se que a Rangel Logistics foi o operador logístico seleccionado pelo Governo como um dos parceiros no transporte de vacinas. Também a TAP Air Cargo tem estado envolvida no transporte para as ilhas dos Açores e Madeira, bem como no desenho do plano de transporte e diálogo com parceiros da cadeia logística. Nota também para a K+N que esteve encarregue também pelo transporte de vacinas no país.

O mesmo jornal espanhol, aponta que a Pfizer, tal como indicado no Acordo de Compra Antecipada assinado pela União Europeia, a própria empresa “é responsável pela distribuição para os diferentes pontos de vacinação instalados pelas comunidades autónomas” espanholas.

Por outro lado, a Agência Espanhola de Medicamentos (AEMPS) é responsável pela distribuição de vacinas Moderna e AstraZeneca para as regiões espanholas. Em ambos os casos, “todos os actores envolvidos trabalham em permanente contacto e colaboração com o Ministério do Interior”.

A Pfizer fornece as doses aos estados com os quais assinou um contrato para enviar as unidades conservadas para o ponto de vacinação quando necessário e trabalha com uma margem de tempo de três dias.

As doses da empresa farmacêutica deixam as suas instalações em Puurs (Bélgica) para o ponto de utilização ou vacinação. Segundo aponta, “a Pfizer envia as suas doses para os diferentes países por via aérea, utilizando os serviços da UPS HealtheCare”.

A empresa de transporte UPS tem um centro no em Colónia (Alemanha) e instalações com temperatura controlada na Holanda, onde pode armazenar vacinas, onde realiza processo de gestão de inventário, embalagem, expedição a temperatura controlada, armazenagem, entre outros.

Quanto às vacinas Moderna e AstraZeneca, “quando as doses aterram em Espanha, a sua custódia é transferida para o Ministério da Saúde, especificamente para a Agência Espanhola de Medicamentos”, diz o “Confidencial Digital”.

Após o voo, “o protocolo que as companhias de transporte receberam estabelece que as embalagens devem ser fotografadas em pormenor e verificar que os contentores chegam sem manipulação”. Além disso, antes, durante e após o voo, “são tiradas fotografias aleatórias com detalhes do envio”.

Assim que aterram em Espanha,” as doses são transportadas para o ponto de vacinação ou de entrega regional que cada comunidade tem pré-estabelecido. A responsabilidade cai, para além das próprias empresas de transporte, nos agentes da Polícia Nacional.”

As doses de Pfizer “são transportadas por estrada desde o momento em que entram em território nacional até aos locais de imunização”.

Para garantir a sua segurança, “utiliza sensores térmicos, que detectam a presença de estranhos nas proximidades das paletes, ligados por GPS a uma torre de controlo que rastreia a localização e a temperatura de cada carregamento de vacinas ao longo de rotas pré-estabelecidas”.

Em Portugal, as primeiras vacinas chegaram a 26 de Dezembro, provenientes da Pfizer. O planeamento e segurança física do processo foi apresentado na altura pelo SNS.

Se “durante o transporte para os centros de armazenamento e distribuição ou para o próprio ponto de vacinação, forem detectadas tentativas de ataque ou se a cadeia de frio for quebrada, são accionados os alarmes criados pela empresa de logística”.

A Pfizer “concebeu recipientes específicos com temperatura controlada que utilizam gelo seco para manter as condições de armazenamento recomendadas: -70ºC±10ºC durante até 10 dias sem abertura”.

Por outro lado, quando as vacinas Moderna e AstraZeneca chegam às Comunidades Autónomas, “são entregues à custódia da Polícia Nacional ou dos organismos autónomos correspondentes (Mossos d’Esquadra, Policía Foral de Navarra, Ertzaintza), que as vigiam até chegarem ao ponto de armazenamento estabelecido”.

Estes pontos criados pelas diferentes comunidades “têm sistemas de videovigilância e vigilância privada 24 horas por dia”. Têm também a “colaboração da Polícia Nacional e de outros organismos”. Além disso, têm “sistemas de controlo de acesso restrito às vacinas”. As doses deixam os armazéns guardados por agentes da polícia nos pontos de imunização em cada região.

A UE anunciou que durante o segundo trimestre esperava distribuir 360 milhões de vacinas da Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Johnson & Johnson. A UE espera receber 200 milhões da Pfizer, 70 milhões da AstraZeneca, 55 milhões da Johnson & Johnson e 35 milhões da Moderna.

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