A STEF tem uma posição de destaque na Europa no que toca à logística a temperatura controlada de produtos alimentares. O grupo tem 3 255 milhões de euros de volume de negócios, 18 000 colaboradores, 236 plataformas e armazéns e 2 300 camiões e reboques frigoríficos. Magda Peralta, responsável de SST da empresa, avança que a empresa já investiu entre 2020 e 2022, um milhão de euros no departamento de segurança no trabalho em Portugal. No próximo ano a empresa irá dar destaque ao início de testes com drones e exosqueletos que poderão ajudar a minimizar e prevenir riscos na movimentação de cargas e trabalho em altura.
Security Magazine – Qual a importância que a segurança assume dentro da vossa organização (contemplando, a segurança das vossas pessoas, instalações/meios físicos e mercadorias de clientes) ?
Magda Peralta – Nos últimos dois anos a segurança do trabalho, tem assumido uma preocupação crescente na segurança, tendo a STEF Portugal decidido, no segundo semestre de 2020, criar um departamento interno SST. Esta nova área ajudou a definir e melhorar a estratégia e política para a cultura de segurança da empresa. Para a Direcção, esta é uma prioridade absoluta de modo a minimizar riscos de acidentes e proporcionar aos trabalhadores as melhores condições de trabalho.
Sendo importante desenvolver uma cultura de segurança para chegar a todos, internos e externos, organizando procedimentos de trabalho e reforçar a formação.
Entre 2020 e 2022, a STEF Portugal já investiu um milhão de euros no Departamento de Segurança no Trabalho, que funcionalmente se reporta ao mais alto nível da estrutura. Este investimento passou por melhorar infra-estruturas e condições de trabalho, bem como formação específica na área.
Nos últimos meses, melhorou e tornou as áreas prioritárias mais fiáveis, apostou na formação e a equipa foi para o terreno para compreender plenamente as situações enfrentadas pelos trabalhadores e responder-lhes da melhor forma possível. Como resultado destas estratégias, reduziu o absentismo, melhorou os indicadores do SST e reduzir o número de acidentes.
O aumento da comunicação junto dos clientes permitiu colmatar e minimizar situações de risco, bem como aumentar a cultura e dinâmica junto dos mesmos.
Focando naquilo que são os vossos colaboradores, quais as vossas maiores preocupações em termos de segurança no que toca às operações de transporte, movimentação de cargas nas operações de armazenagem, carga e descarga?
As maiores preocupações da STEF, sempre foram a movimentação de cargas, uma vez que esta tarefa é a que mais está sujeita a riscos. Como tal desde Outubro de 2020, temos levado a cabo uma série de práticas para minimizar riscos potenciais, tais como a colocação de um técnico de SST por plataforma, inspecções diárias, implementação do programa 5S, maior envolvimento da equipa de saúde ocupacional (visitas à plataforma), consulta dos trabalhadores, reforço de boas práticas de cargas e descargas, bem como a aposta na formação especifica para todos.
Foi também dada ênfase a reuniões regulares internas e de grupo sobre segurança, aumentando a comunicação, informação e sensibilização para a segurança através do diálogo juntos dos nossos trabalhadores, mas também desde inicio deste ano na aposta da prevenção de riscos de movimentação de cargas junto das prestações de serviço (empresas externos e motoristas).
No próximo ano será ainda dado destaque, ao início de testes com drones e exosqueletos que poderão ajudar a minimizar e prevenir riscos na movimentação de cargas e trabalho em altura.
Que estratégias têm desenvolvido no sentido de minimizar potenciais incidentes no interior das vossas infra-estruturas (ex.: aposta sem sensibilização dos colaboradores; formação de condução segura de empilhadores; reforço de sinalização…)?
As estratégias que a STEF, têm desenvolvido além do reforço da formação nessa área, tem sido a sensibilização, sobretudo com o projecto de diálogos de segurança, que aposta no envolvimento das chefias intermédias.
O aumento da comunicação com os empregados, parceiros e entidades é outra das preocupações do grupo. A empresa também apostou no campo social e pretende implementar em breve um projecto de incentivo social, que visa ajudar nas necessidades mais básicas.
Ainda as alterações nas análises de risco, as infra-estruturas foram melhoradas e uma das medidas mais notáveis são as inspecções diárias, que visam identificar problemas e minimizá-los tanto quanto possível.
Em termos de equipamentos, foi reforçada a frota dos equipamento de manuseamento de carga mais ergonómicos, especialmente a parceria nesta área com a Toyota. Outra preocupação tem sido a melhoria dos cais de carga e descarga, que já têm um procedimento de entrega das chaves do condutor do veículo ao empregado da empresa, evitando o seu movimento durante o processo de carga e descarga e as consequentes quedas no cais, apostando ainda no reforço da sinalética tanto interna como externa.
Na vossa perspectiva, como se consegue implementar uma verdadeira cultura de segurança dentro de uma organização cujo core business é a logística?
A segurança é de todos e para todos! Este tem sido o lema da empresa nos últimos anos. O foco está no reforço da cultura de segurança, que é importante para promover um bom relacionamento e trabalho com os representantes da segurança, que têm sido um elemento importante para o bom desenvolvimento das diferentes medidas, com reuniões e sugestões, contribuindo para o aumento da cultura que desejamos, não esquecendo que o foco é e será sempre o bem estar dos trabalhadores.
A cultura de segurança está a aumentar todos os dias na empresa, sendo este um trabalho diário e de resiliência, todos os dias estamos a fazer progressos positivos e vamos continuar a progredir rapidamente, graças ao trabalho de todas as equipas.
Projecto – A Cultura da Mudança
No final do ano de 2021, arrancou um projecto piloto, denominado a cultura da mudança, este projecto tem como principal objectivo a mudança estratégica da empresa, implementando as sugestões dos trabalhadores, de modo a aumentar a retenção dos mesmos e alterar a gestão comportamental e mentalidades. Foi colocado um placard com post it por piso e área, onde cada trabalhador podia colocar sugestões diversas, estas das mais diferentes áreas, algumas muito interessantes. Dessa primeira abordagem e só numa plataforma surgiram perto de 200 sugestões, tendo sido na maioria aprovadas pela Direcção, sendo mais uma maneira dos trabalhadores poderem falar abertamente sobre as mudanças que pretendem para a empresa, aproximando os nas decisões de gestão. Todas as medidas, foram divulgadas e estão a ser implementadas desde Fevereiro de 2022, a STEF conta que o projecto se replique a todas as plataformas, tendo ainda sido aceite a nível internacional no interior do grupo. Sendo este projecto mais um passo importante para o reforço da cultura da segurança na empresa.
A STEF tem um lugar de relevo na logística sob temperatura controlada na Europa. Opera há quase 100 anos no sector da logística e transporte de produtos alimentares. A experiência aliada à rede de plataformas permitem oferecer soluções adaptadas à indústria alimentar, às cadeias de distribuição e aos operadores da restauração em 15 países europeus. Com 3 255 milhões de euros de volume de negócios, 18 000 colaboradores, 236 plataformas e armazéns e 2 300 camiões e reboques frigoríficos. Está presente em Portugal desde 1995 a acompanhar as necessidades dos clientes da industria alimentar, distribuição e restauração garantindo a máxima qualidade de serviço e a segurança alimentar dos seus produtos.
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