Antena ciborgue de Neil Harbisson foi hackeada

Cibersegurança e InfoSec Notícias

Neil Harbisson revelou que a sua antena ciborgue foi hackeada quando ele se encontrava num aeroporto. A IDC Portugal convidou o artista contemporâneo e activista ciborgue, mais conhecido por ser o primeiro ciborgue legalmente reconhecido do mundo, para partilhar a sua experiência no IDC Security Roadshow, evento que se realizou em Lisboa, na passada semana.
De acordo com o activista ciborgue, o “hacker conseguiu controlar a sua antena e, como resultado, Harbisson começou a ouvir sons estranhos e inesperados em vez das cores reais ao seu redor”. Neil explicou que “o hacker foi capaz de aceder à sua antena porque a ligação Bluetooth estava activada e não foi adequadamente protegida por uma senha”.
Desde então, Harbisson e a equipa têm vindo a desenvolver protocolos para melhorar a segurança da antena, implementando medidas adicionais, incluindo a criptografia de dados e a autenticação de utilizadores.
“Por experiência própria, é extremamente importante manter as tecnologias cibernéticas seguras e protegidas, especialmente quando se trata de dispositivos implantados no corpo humano. Hoje a minha antena recorre à Blockchain, sendo que a ligação é feita por NFT e apenas eu posso aceder. Acredito que a tecnologia é a nossa extensão, e se usarmos essa extensão de maneira correcta, podemos melhorar a condição humana”, explicou Neil Harbisson.
Tal como as empresas ou organizações, qualquer dispositivo que esteja ligado à Internet – quer seja um smartphone ou mesmo a antena de um cyborg – deve ser devidamente protegido contras possíveis ciberataques. Devido à crescente sofisticação dos ataques cibernautas, a IDC estima que as organizações nacionais vão investir perto de 300 milhões de euros em soluções de segurança, em 2023, o que representa um crescimento de 10,7% em Portugal.
Como funciona a antena cyborg?
Neil Harbisson nasceu em 1984 em Barcelona, Espanha, com uma condição rara chamada acromatopsia, o que significa que vê o mundo em escala de cinza. Para superar esta limitação, criou uma antena ciborgue que lhe permite “ouvir” as cores ao converter as frequências de luz em sons.
Através deste dispositivo, Neil Harbisson pode perceber cores e matizes que normalmente não seriam visíveis para ele. “Não há diferença entre a cor que vemos e o som que ouvimos. Ambos são ondas de energia que nos afectam de maneiras diferentes”, sublinhou Neil Harbisson.
Harbisson é um defensor da ciborguização humana e acredita que as tecnologias cibernéticas podem expandir a percepção sensorial humana. Fundou a Fundação Cyborg para promover a utilização de tecnologias cibernéticas como uma ferramenta para expandir as capacidades humanas.